A Petrobrás assinou nesta na quinta-feira (21) o arrendamento das fábricas de fertilizantes nitrogenados da Bahia (FAFEN-BA) e de Sergipe (FAFEN-SE) para a empresa Proquigel Química S.A, que terá o controle das unidades por um período de dez anos, renováveis por mais dez, com o negócio envolvendo o valor irrisório de R$ 177 mi, incluindo os terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, na Bahia. Situação esdrúxula se lembrarmos que o aumento esperado da produção de gás, por conta do Pré-sal, naturalmente induz ao investimento para monetizar (dar mais valor) este insumo.
O cenário que favorece os concorrentes da Petrobrás
Em janeiro de 2019, o petroleiro Guilherme Moreira da Silva publicou em nossa coluna opinião um texto (http://bit.ly/CenariosFAFENs) sobre três possíveis cenários para as FAFENs. “Fica evidente que em nenhum cenário a Petrobrás será beneficiada, e muito menos a população, por isso só temos a perder com essa manobra. Não podemos perder de vista que a Petrobras é uma estatal e essa decisão tem a anuência do governo federal, que demonstra a total falta de compromisso com a geração de emprego, o preço dos combustíveis e com a soberania energética e alimentar do país” – escreve.
O especialista descreve que a direção da Petrobrás age na contramão dos interesses da empresa e dos brasileiros de forma deliberada e consciente ao desmontar toda sua estrutura de empresa integrada de energia. “Isso se insere num cenário de grave ataque ao projeto de uma Petrobrás como uma empresa integrada de energia, que é o modelo praticado por todas as principais multinacionais do ramo do petróleo. Esse processo vai justamente na linha do novo presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, que quer transformar a Petrobrás numa mera operadora do Pré-Sal”.
Versão do impresso do Boletim CLXVII