Com ajuda do choque da PM, Alerj aprova soltura de Picciani, Paulo Melo e Albertassi

Por 39 votos a favor e 19 contra, o plenário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, na tarde desta sexta 17, o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) daquela casa, ordenando a soltura dos deputados Jorge Picciani (PMDB), Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB), acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e evasão de divisas no âmbito do legislativo. O resultado da votação no plenário anula, em tese, decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF-2), que na última quinta-feira 16 ordenou a prisão dos três parlamentares, a pedido do MPF.

Alerj votou sob clima de forte tensão

A votação desta sexta-feira ocorreu sob clima de forte tensão, com a Alerj cercada por grades e pela tropa de choque da PM, que chegou a estacionar um carro blindado ao lado das escadarias do Palácio Tiradentes. Tudo para impedir que cerca de 4 mil trabalhadores ocupassem as galerias da Alerj para acompanhar a sessão (foto).

Com faixas e cartazes pedindo ‘Picciani na cadeia’ e ‘Fora PMDB’, os manifestantes expressaram sua indignação com a tentativa da Alerj de garantir a impunidade dos acusados. “O dia de hoje é muito importante porque mostra que o castelo do PMDB está caindo. Primeiro foi o Cabral. Agora tem que ser o Picciani, o Paulo Melo e o Albertassi. Depois o Pezão”, afirmou a servidora Bárbara, da educação estadual, antes de a votação ser iniciada no plenário da Alerj.

PMs agridem trabalhadores com bombas e tiros

Por volta de 15h30, servidores anunciaram a concessão de liminar judicial que supostamente permitiria o ingresso dos trabalhadores nas galerias da Alerj. Cerca de 20 minutos após o anúncio da liminar, no entanto, PMs começaram as agressões, jogando bombas de efeito moral e disparando tiros de balas de borracha contra os manifestantes, que se dispersaram pelas ruas no entorno da Alerj.

“Nós estamos vendo aqui a irresponsabilidade desse comandante [da PM] ao reprimir o ato. Tudo para defender um bandido como Picciani”, protestou Ronaldo Moreno, assessor do Sindipetro-RJ.

‘Não vamos desistir. Vamos continuar na luta’, diz petroleira

“Nosso estado está numa verdadeira calamidade. E essa calamidade se chama Picciani. Infelizmente a votação não foi favorável aos trabalhadores, embora houvesse muita gente querendo entrar. Não vamos desistir. Vamos continuar na Luta”, afirmou a petroleira Natália Russo, diretora do Sindipetro-RJ.

Da manifestação desta sexta 17 na Alerj participaram representantes de CSP Conlutas, CUT, CTB, Movimento SOS Emprego, Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), Sindipetro-RJ, Sindsprev/RJ, Sepe-RJ, Sindjustiça-RJ, Fist, trabalhadores da Cedae e servidores públicos estaduais da saúde, educação, segurança e universidades públicas.

Picciani, Paulo Melo e Albertassi são investigados pela Operação Cadeia Velha, da Polícia Federal. Segundo as investigações conduzidas pelo MPF, Picciani aumentou seu patrimônio em 6.367,9% nos últimos 20 anos.
gações.

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