Combustível de aviação importado pela Petrobrás está sob suspeita de adulteração

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) estão investigando a suspeita de adulteração de combustível de aviação importado e distribuído no Brasil. Na segunda (13), a Petrobrás foi obrigada a suspender a oferta, porque tanques e peças de pequenas aeronaves sofreram danos e corrosões que podem ter sido causados pelo combustível importado. No mesmo dia, a BR Distribuidora suspendeu a comercialização, porque a Petrobrás é sua única fornecedora e avisou aos clientes que também suspendam a comercialização do produto.

Problema afeta segurança dos voos

A primeira denúncia partiu de pilotos de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás na semana passada. Eles se negam a levantar voo. Hoje, pelo menos 12 mil aviões particulares, de táxi-aéreo ou de instrução utilizam o combustível.

Em comunicado, no sábado (11), a Petrobrás relatou que identificou um lote do produto com “teor de compostos aromáticos diferente dos lotes até então importados”.

Males dos rumos da privatização

No Brasil, a Petrobrás era a principal responsável pela produção do querosene de aviação (QAV) – que sempre foi testado e aferido por rigorosas auditorias e comparado à qualidade internacional do JET A-1. Mas, o governo Bolsonaro resolveu rebaixar a qualidade do QAV, privatizou a BR Distribuidora no ano passado, e mantém o sucateamento do parque de refino, que está na mira das privatizações de Paulo Guedes e Roberto Castello Branco. Na Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), por exemplo, uma das maiores do Brasil em capacidade, produtora inclusive do QAV, a produção geral está reduzida à metade.

EUA são beneficiados

Hoje, 100% do combustível distribuído no país é importado de grandes empresas dos Estados Unidos. E a atual gestão da Petrobrás, omitindo os planos privatistas, afirma nas mídias que a produção nacional foi interrompida em 2018 por causa de obras na planta da empresa em Cubatão que estão atrasadas por causa da pandemia e que há previsão de que seja retomada em outubro deste ano.

Num mercado de consumo rentável e promissor como o do Brasil, nada justifica a Petrobrás deixar de produzir um combustível de confiança, gerando emprego e renda aqui, para importá-lo dos Estados Unidos. A única justificativa vem dos privatistas que sonham – como Castello Branco já chegou a declarar – com o fim da Petrobrás estatal.

Sindipetro-RJ contra a privatização e por uma Petrobrás 100% estatal e para o povo brasileiro.

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