Deixem nossas carreiras avançarem!

No ano de 2018, muitos petroleiros, por boa-fé, receio ou necessidade financeira imediata, acabaram cedendo e aceitaram um novo plano de carreira, chamado PCR. Este plano carregava uma série de problemas

Diferentemente do PCAC, sua concepção não foi nada democrática, pois não envolveu as representações sindicais. O aceite, portanto, era de caráter individual, permitindo que a gestão passasse a rever os seus critérios de forma unilateral.

Além disso, a transformação de cargos específicos de concursados em cargos “genéricos” fere a previsão constitucional de investidura de cargo público apenas por via de concurso. A desventura do RH criou, também, situações de quebra de isonomia, como abonos para público selecionado e cerceamento da oferta de vagas para os que optaram em não migrar de plano. Todos esses fatos provavelmente deverão gerar passivos trabalhistas de exclusiva responsabilidade daqueles gestores.

Enquanto os processos correm na justiça para que se busque reparar ao menos parcialmente tal degradação das carreiras, os efeitos alertados reiteradamente na ocasião pelas representações sindicais estão sendo sentidos pelos optantes pelo PCR.

Na primeira oportunidade, com o pretexto da resiliência em decorrência do caos econômico e sanitário do governo de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, a gestão da Petrobrás indicada por este mesmo governo aplicou um duro golpe a esta parcela de petroleiros: congelou para estes a possibilidade de avanço de nível, estando essa medida infeliz fazendo aniversário.

Ocorre que nada mais é capaz de justificar esse verdadeiro gol contra da gestão, que congela a progressão e recompensa da própria força de trabalho da companhia, uma vez que a Petrobrás não só fechou o ano com lucro mesmo na pandemia como tem batido recordes de produção, enquanto via PDV ou assédio tem expulsado mais e mais petroleiros da empresa. A própria gestão propala reiteradamente que os relativos bons resultados se devem à grande capacidade de preservar a qualidade e até elevar a produtividade por parte dos trabalhadores petroleiros. No entanto, congelando a carreira e sem reajuste de salário ou PLR, a gestão simula um abono com o adiantamento de PPP, que na verdade favorece muito mais a diretoria, que ganha em proporções gigantes a maior parte do dinheiro, do que os trabalhadores.

Que se faça justiça! Que os resultados positivos alcançados pela Petrobrás beneficiem quem os gerou: os petroleiros!

Demandamos que sejam retomados os avanços de níveis para os profissionais do PCR, bem como, para os petroleiros do PCAC, os avanços de 12 meses (seguindo o mesmo percentual do PCR) e a promoção dos topados.

Chega de penalizar profissionalmente quem mais se sacrifica com seu árduo trabalho! Permitam que as carreiras se desenvolvam!

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