Dois trabalhadores do MST são assassinados em acampamento na Paraíba

Grupo fortemente armado invadiu a área e matou militantes enquanto jantavam

José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino foram assassinados na noite do último sábado (08) por volta das 19h. Os dois eram militantes do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Sem Terra (MST) da Paraíba e estavam no acampamento Dom José Maria Pires, localizado no município de Alhandra, quando um grupo de 4 homens armados invadiu a área e atirou neles enquanto jantavam.

O acampamento Dom José Maria Pires, antiga Fazenda Garapu, pertence ao Grupo Santa Tereza e completou um ano de resistência em julho deste ano.

O MST informou nesta segunda-feira (10) que, desde a ocupação da área da fazenda Garapu, não foi registrado nenhum tipo de conflito na região pela terra ou algum tipo de ameaça. A informação de nenhum conflito no local também foi confirmada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Nesta terça (11) um procedimento administrativo foi aberto pelo Ministério Público da Paraíba para investigar as mortes. De acordo com o MP-PB, os procedimentos foram instaurados devido à possibilidade de ofensa a valores democráticos, sociais e constitucionais, que são de alta relevância para o Ministério Público, como o direito à vida e o direito à liberdade de associação e organização social.

Orlando foi velado e enterrado na cidade de Mari, a cerca de 60 km de João Pessoa. Ele morava no assentamento Zumbi dos Palmares, na mesma cidade, sendo um dos coordenadores do MST na Paraíba.

A família de Orlando (José Bernardo da Silva) é de lutadores. Em 2009, um outro irmão de Orlando, integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens na Paraíba, foi morto em uma emboscada. O terceiro irmão, Osvaldo Bernardo, vive sob regime de proteção para defensores dos Direitos Humanos.

A morte de Orlando é parte de uma estatística levantada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) que indica um aumento significativo dos assassinatos de lideranças de movimentos sociais. Dos 24 assassinatos registrados neste ano, 54% são de líderes de movimentos agrários, indígenas, quilombolas e ribeirinhos, de acordo com a CPT.

O Sindipetro-RJ se solidariza com a família e exige a elucidação do caso com a prisão dos assassinos e eventuais mandantes.

Orlando, presente!

Rodrigo, presente!

 

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