Enquanto Bolsonaro ameaça com ditadura, a COVID-19 avança no Brasil

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou neste domingo (3) mais um relatório (104) sobre a situação da COVID-19 no mundo, em que mostra o quanto é preocupante a situação do Brasil em relação ao avanço da pandemia.

Até a divulgação do relatório 104 da OMS haviam sido registrados, desde o início da pandemia, mais de 3,4 milhões de casos no mundo, com 238.628 mortes. O Brasil apresentava 91.589 casos, 6.209 óbitos. Para termos uma ideia da gravidade da expansão da pandemia no Brasil, no início do mês de abril, no dia 1º, haviam sido registrados 6.931 casos, com 244 mortos, o que representa um aumento de mais de 1.200%; isso sem contar as subnotificações.

O número de mortos no Brasil já supera o total de mortes no Irã (6.156) e da China (4.643), quando em março a COVID-19 foi classificada como pandemia e estes eram países que apresentavam os maiores índices de morte.

Um levantamento britânico do Imperial College de Londres, divulgado em 30 de abril último aponta que a transmissão da COVID-19 no Brasil ocorre de forma mais rápida do que os outros países analisados – o que pode levar a mais casos que precisem de atenção médica e à superlotação de leitos hospitalares.

Segundo o estudo, a taxa de contaminação no Brasil é de 2,8 – a maior entre 48 países analisados. Isso mostra que cada pessoa com a COVID-19 no país infecta quase outras três – ou que cada 10 pessoas com o vírus infectam outras 28. O país com a menor taxa de transmissão é a Grécia, com 0,44.

Segundo o Imperial College, o Brasil está entre os nove países que apresentam tendência de crescimento na pandemia. Os outros oito países são: Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia.

O fato é que inegavelmente o presidente Jair Bolsonaro tem responsabilidade por esta situação no Brasil ao minimizar a gravidade da pandemia, estimulando protestos contra medidas de quarentena e distanciamento social, como mais uma vez neste último final de semana em que enfermeiros e jornalistas foram atacados de forma violenta por seus seguidores em várias partes do país.

É nítido que Bolsonaro não se preocupa com a crise sanitária no Brasil, tendo somente atenção para a promoção de crises políticas que colocam em xeque as instituições como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) e defendendo seu projeto totalitário que conta com apoio de parte da burguesia brasileira.

Situação de avanço se reflete no setor petroleiro

Segundo a ANP, até o dia 28 de abril foram confirmados 625 casos de COVID-19 nas empresas que executam atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural no Brasil, sendo que 243 profissionais acessaram instalações marítimas de perfuração e produção. O total de suspeitos nessas empresas soma 1.445.

Segundo um levantamento publicado pela AEPET, até o dia 23 de abril haviam 10 plataformas de produção de petróleo e gás com registro de casos de trabalhadores infectados entre as bacias de Campos e Santos. São elas: P-26, P-18, P-35, P-20, P-33 (no campo de Marlim na Bacia de Campos), P-62 (campo do Roncador) e P-50 (campo Albacora Leste) todas da Petrobrás e os FPSOs Cidade de Santos e Cidade de Anchieta, ambos afretados pela Petrobras, respectivamente, da japonesa Modec e da Holandesa SBM Offshore. Para além das plataformas, têm-se constatações de casos de contaminação nos campos terrestres no Amazonas.

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