Farinha pouca, meu pirão primeiro: Petrobrás aumenta o teto de bônus para os seus chefões

Mesmo diante da crise do COVID-19 e da queda dos preços do petróleo, direção da empresa age para garantir seus ganhos

Em um cenário em que é exigido dos trabalhadores sacrifícios omo o corte de 50% dos salários e nenhuma garantia de emprego e renda mínima decente para enfrentar a crise do COVID-19, a direção da Petrobras propõe a seus acionistas triplicar o teto para pagamento de bônus a sua diretoria. A medida vai provocar um aumento de 26,6% na projeção de gastos com salários e benefícios dos executivos.

A proposta será debatida em assembleia de acionistas marcada para o dia 22 de abril, já contempla mudança feita na política de remuneração variável (PPP) da companhia adotada em 2019, e criticada pela FNP e seus sindicatos filiados, por ampliar a diferença entre a premiação dos executivos e a dos demais trabalhadores. Ou seja, ganha mais que manda.

A proposta foi protocolada na sexta-feira (20), no mesmo dia em que a estatal informou que vai recorrer a US$ 8 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) de linhas de crédito para enfrentar a crise, que levou o petróleo a bater na semana passado os níveis mais baixos em 17 anos.

Proposta repete o escândalo dos bônus da crise de 2008

Essa medida lembra em muito o que ocorreu na crise de 2008, quando grandes empresas nos EUA e Europa recorreram ao apoio de seus respectivos governos para garantir recursos para enfrentamento da crise, e de forma nada transparente também garantir o ganho de seus chefões como foio caso das empresas GM (montadora de automóveis estadudinense), AIG (seguradora estadudinense) e do Société Générale (banco francês). O que na época foi considerado um escândalo e desrespeito com quem sofreu os efeitos daquele crise, perdendo até mesmo suas casas e não tendo nenhum tipo de apoio.

A cara de pau e falta de sensibilidade desta proposta da direção da Petrobrás é mais um acinte contra os seus trabalhadores que vivem momentos de terror dentro da empresa que já implementa uma perseguição contra trabalhadores que participaram da última greve de 20 dias em fevereiro, demitindo de forma sumária, se já não bastasse a incidência de casos de COVID-19em unidades da empresa.

Fonte Folha de SP

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