Os 64 mil homicídios registrados pela Violência, o assassinato de Marielle Franco e Anderson, os leilões do Pré-sal, o avanço da Privatização das empresas estatais, os males do Agronegócio, o sucateamento da Saúde e da Educação e o incêndio da Memória no Museu Nacional foram alguns dos assuntos no “Grito dos Excluídos” deste ano.

Fim dos privilégios, já!

O “Grito dos Excluídos” se destaca por ser um canal popular, aberto, plural e carregado de simbolismo, que surgiu para chamar a atenção para o fato de que a “independência” do Brasil ignorou as lutas do povo e foi feita para atender aos interesses da corte portuguesa. Realizado em diversas cidades há 24 anos no dia 07 de setembro, traz sempre uma temática sobre a conjuntura. Este ano, o lema foi “Desigualdade gera violência – Basta de privilégios – Vida em primeiro lugar”. No Rio de Janeiro, o Sindipetro-RJ é um dos participantes mais tradicionais. “Nós ajudamos a organizar o evento, distribuímos 800 cartilhas da Campanha ‘Todo o petróleo tem que ser nosso!’ e 200 panfletos produzidos de forma independente por petroleiros sobre a política de preços do gás de cozinha, diesel e gasolina”, avaliou o diretor do Sindicato e da FNP, Luiz Mário Nogueira Dias.

No evento, foram distribuídas pelo menos 800 cartilhas da Campanha “Todo o petróleo tem que ser nosso!”

 

Democracia no asfalto

Durante a concentração matinal na esquina da rua Uruguaiana com a Avenida Presidente Vargas, uma apresentação performática chamou a atenção do público. “Hoje, a gente veio falar que a democracia está morta, porque ela é violada todos os dias nesse País”, disse a artista Fernanda Machado, da Companhia Horizontal de Arte Pública, integrante também da FIST (Frente Internacionalista dos Sem-Teto), que encenou “A morte da Democracia”. Para André de Paula, dirigente da FIST, nesse momento em que o governo Temer avança com a Privatização, “a principal luta precisa ser a de defesa da Petrobrás 100% estatal sob controle dos trabalhadores”.

 

Cena da performance “A morte da Democracia”, encenada pela atriz Fernanda Machado durante a manifestação

 

Microfone aberto

No início da tarde, os manifestantes seguiram pela Avenida Presidente Vargas e depois Avenida Rio Branco até chegarem à Praça Mauá. Curiosamente, a Polícia Militar trocou a observação à distância por uma caminhada integrada à passeata. No encerramento, todos os presentes puderam fazer uso livremente do microfone, ratificando o evento como um meio suprapartidário e aberto ao desabafo dos excluídos da sociedade, como o aposentado Bezerra, que trabalhou como metalúrgico e caminhoneiro e pediu para ler um texto autoral: “(…) são 500 anos acorrentado, mas um dia o povo vai acordar (…) a Nação toda unida é mais forte do que o canhão”. Assista a seguir a videorreportagem feita pela TV Petroleira. Divulgue!

 

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