O PCR, o desespero da gestão da Petrobrás e o assédio

 

Aviso aos assediadores e mensagem aos petroleiros e petroleiras

O Plano de Cargos e Remuneração está declaradamente alinhado ao Plano de Negócios da Petrobrás, cujos objetivos principais são: desmontar, enxugar e privatizar a empresa. Assim sendo, o PCR veio para adequar as formas de gestão e consumo da força de trabalho a estes propósitos.

Para essa gestão da Petrobras, o ideal seria poder “enfiá-lo goela abaixo” dos trabalhadores, mas não podem, pois, aspectos do nosso PCAC estão garantidos por Acordo Coletivo de Trabalho, vigente até 01/09/2019. Por isso tiveram que vender esse PCR de forma “voluntária” e dissimulada, mediante pagamento de bônus. Dissimulada porque a lei preconiza que ninguém deve assinar um acordo desvantajoso para si. A atual gestão da Petrobras, reconhecendo a desvantagem que é o PCR para os trabalhadores, está tentando suborná-los com dinheiro e discursos falaciosos.

Em meio a tanta desinformação, alguns colegas pensam que se saírem da Petrobrás após a adesão, contarão com o abono já recebido junto ao montante da recisão. No entanto, nessa hora a empresa desconta os valores pagos como incentivo à migração para o PCR; um verdadeiro ouro de tolo… Usa-se o “efeito manada” e retomam o dinheiro com a recisão.

A direção também foi obrigada a tornar a adesão ao PCR como “voluntária”. Na prática, porém, para muitos daqueles que estão resistindo, o assédio e a coação têm acontecido de forma cotidiana e diversa: sobre o indivíduo ou coletivamente; abordagem direta e grosseira ou então disfarçada como um aconselhamento, de alerta, de amizade, de lembrança do prazo para adesão, de oferta de esclarecimentos sobre o Plano, dentre outros. Criatividade não falta.

O Sindipetro-RJ reafirma aos gestores que se valem destas práticas, não importa se ostensivas ou disfarçadas, que na verdade se tratam de práticas de assédio, violência e coação contra os trabalhadores e, assim sendo, passíveis de ações jurídicas e políticas, que incluem denúncia e exposição pública dos assediadores. E aproveitamos para lembrá-los:

  1.     O empregado que quer conselho sobre o PCR pode solicitar. Se não solicitar é bem possível que o “conselho” não seja bem vindo;
  2.     Qualquer esclarecimento dado sobre o PCR que não esteja por escrito, no regulamento, será apenas interpretação ou promessa. O que é ou será o PCR deve ser formalizado;
  3.     Os prazos não precisam ser lembrados, pois a empresa tem trabalhado incisivamente para que ninguém esqueça o PCR ou seu prazo;
  4.     Os trabalhadores estão atentos à todas as formas de assédio;
  5.     Se a Gerência Executiva do RH é autoritária, truculenta e assediadora, isto representa um modelo infeliz e retrógrado que não deve ser reproduzido por outros gestores. Aliás, vale lembrar que os cargos se vão, especialmente num contexto de enxugamento da empresa e com possíveis mudanças eleitorais e o que fica é a imagem de profissionais vendidos, assediadores e antiéticos.

 

E você, petroleiro ou petroleira, que aderiu ou não ao PCR, se estiver sendo vítima ou tiver conhecimento de colegas sofrendo coação, denuncie ao sindicato! Independente de sua opinião sobre o PCR, não podemos apoiar ou ser coniventes com a mordaça, com práticas antidemocráticas e violentas da atual gestão da empresa! Denuncie! Garantimos a preservação do seu anonimato e orientamos:

  • Gravar, sempre que possível as reuniões específicas sobre o PCR ou com potencial para acontecerem ameaças relativas à carreira, cursos, progressão ou mobilidade ligadas à não adesão ao PCR. Lembrando, porém, que embora seja legal o uso de gravações não autorizadas, essa prova deve ser tratada com cautela, pois não deve ser utilizada de forma pública e irrestrita, mas exclusivamente para fins de defesa de um direito e no processo judicial.
  • Denunciar mesmo que não seja você a pessoa diretamente atingida;
  • Conversar com o seu colega, pois muitas vezes o assediador faz a coação quando a vítima está sozinha. Conversando será mais fácil identificar tais situações;
  • Denunciar ao sindicato através do email criado especificamente para receber assédios ligados ao PCR (assediopcr-sindipetrorj@yahoo.com.br). É simples e garantimos o seu anonimato.

 

GT do PCR

Nesta sexta (17) ocorre mais uma reunião do Grupo de Trabalho (GT) que discute estratégias contra a implantação do PCR. O Encontro tem início a partir das 17h na sede do Sindicato, Avenida Passos,34, Centro do Rio.

https://www.facebook.com/sindipetrorj/videos/963682477148322/

 

 

Sindipetro-RJ

Em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras e contra o assédio na Petrobrás

 

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