Petroleiros da Revap aprovam estado de greve contra a privatização

Categoria está em alerta desde que ameaça de demissão ficou iminente, por conta do anúncio da privatização de quatro refinarias

Os petroleiros e petroleiras do Grupo 1 e do horário administrativo da Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos (SP), aprovaram, na manhã desta quarta-feira (16), assembleia permanente e estado de greve contra a privatização, em defesa dos empregos, da Petros e dos direitos da classe trabalhadora. Além disso, os trabalhadores atrasaram a entrada em duas horas.

A categoria está em alerta desde que ameaça de demissão ficou iminente, por conta do anúncio da privatização de quatro refinarias (duas no nordeste e duas no sul do país), além de 12 terminais Transpetro e o fechamento das Fafens. Tudo isso apenas confirma o que os Sindicatos e  FNP (Federação Nacional do Petróleo) já denunciam há tempos: que o processo de desmonte da Petrobrás está em curso e em ritmo acelerado.

A aprovação  do estado de greve segue o que vem ocorrendo em outras bases, como no Litoral Paulista, que também aprovou encaminhamento semelhante.

O diretor do Sindipetro-SJC, Júlio César de Araújo, deixou claro que a Greve Nacional é a única saída para barrar os ataques e a ameaça de privatização. “É hora de deixarmos de lado nossas divergências políticas e nos unirmos em torno de um objetivo comum, que é a iminente ameaça de privatização”, disse.

O presidente do Sindicato, Rafael Prado, também esclareceu que ao contrário do que alguns acreditam, os bons resultados financeiros do primeiro trimestre não indicam que a empresa está no caminho certo. “Quem dera esses números fossem alicerçados no crescimento de produção e no aumento do refino. Infelizmente, não. São números que são bons apenas para o mercado financeiro e não para os trabalhadores, já que refletem os lucros obtidos com o entreguismo e o desmonte da empresa”, disse.

O vice-presidente do Sindipetro-SJC, Elias dos Santos Siqueira, acrescentou que o que está em curso não é só uma privatização, mas a desnacionalização da Petrobras, a passos largos. “Infelizmente o que temos visto é a entrega da Petrobrás para empresas estrangeiras que estão extremamente interessadas em nossas riquezas. Não podemos deixar que isso aconteça.”

A categoria também aprovou a realização de um ato, no próximo dia 30, contra o desmonte da Petrobrás, a venda das estatais e a venda da Embraer para a Boeing.
Essa foi apenas a primeira assembleia. Outras assembleias ainda serão realizadas na base até que se atinja todos os trabalhadores de todos os turnos e grupos.

PR 2017

Durante a assembleia os trabalhadores também decidiram, por ampla maioria, não autorizar a assinatura do termo de quitação da PR (Participação de Resultados) da Petrobrás.

Os trabalhadores entenderam a posição do Sindicato, que indicou a rejeição por não concordar com a forma de cálculo da PR, que dá um valor mais alto para os gerentes, enquanto tira dinheiro dos trabalhadores.

Também foi aprovada a cobrança de 2,5% do salário base e 1% do valor da PR para não sócios, quando acabar a negociação.

Reprodução FNP

 

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