Política de preços nos combustíveis aplicada por Pedro Parente já não convence

Se o preço médio de venda do botijão de gás de cozinha, entre R$60 e R$ 75 no Rio, é a representação fiel de como a política de preços aplicada por Pedro Parente na Petrobrás pesa no bolso da população, pode-se destacar ainda mais o preço da gasolina que já está sendo vendida a cerca de R$ 5, o litro, também no Rio.

Segundo o jornal “A Folha de São Paulo”, com o preço do barril do petróleo se aproximando dos US$ 80 no mercado internacional, já começam a “pipocar” protestos contra a escalada dos preços dos combustíveis no Brasil. Nessa semana, caminhoneiros fecharam rodovias em pelo menos três estados e os donos de postos de gasolina divulgaram carta dizendo que a atual política de preços da Petrobrás é “perversa”. Ainda segundo a Folha, desde julho de 2017, a companhia repassa diariamente a oscilação do preço global do barril para o preço do combustível no mercado interno. De lá para cá gasolina e diesel acumulam alta nas bombas de 21,28% e de 18,15%, respectivamente.

Já a “Agência Estado” informa que a representante dos donos de postos de combustíveis de todo o País, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) defendeu o fim da oscilação dos preços da gasolina e do óleo diesel para o consumidor final.

Em nota, a entidade argumenta que a política da Petrobrás, de reajustes diários nas refinarias, “está trazendo prejuízo para famílias e empresas brasileiras”. Diz ainda que “muitos postos estão perdendo fôlego financeiro e não conseguem sobreviver em meio a este cenário”. De acordo com a matéria, como solução, propõe a revisão dos tributos que incidem sobre os combustíveis. A Fecombustíveis defende a uniformização das alíquotas de ICMS nos diferentes Estados e o retorno da utilização da cide como amortecedor das oscilações de preços, como adotado no passado.

A ideia é que altas do petróleo sejam compensadas por baixas do tributo para que o consumidor final não sinta as variações internacionais das cotações.

Em festa tucana com dinheiro da Petrobrás, Parente tira da “reta”

Em evento promovido pelo ex-prefeito de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB), em Nova York (EUA), na última quarta-feira (16), no qual ,segundo a Folha de São Paulo, a Petrobrás entrou com uma cota de US$ 26 mil para ter uma mesa no regabofe, Pedro Parente, ressaltou que a empresa apenas reage às variações externas das cotações e que não é a única responsável pela formação dos preços dos combustíveis: “É preciso lembrar que o preço ao consumidor depende não apenas do preço na refinaria, mas também de outras parcelas, onde impostos é a mais importante. Além disso, há o clima competitivo entre as distribuidoras e os postos de gasolina”.

O fato é que, até agora, o clima competitivo citado pelo presidente da Petrobrás, em seu giro novayorkino, só trouxe prejuízos às refinarias da companhia e uma tempestade de preços altos nos bolsos dos brasileiros. Como se não bastasse, a política para o GLP tem forçado a população a apelar até para o fogão a lenha, por conta do preço do gás de cozinha.Segundo informe do IBGE mais de 2 milhões de consumidores deixaram de usar o botijão de cozinha por causa do preço.

Para além da crítica oportunista dos veículos de imprensa, a diretoria do Sindipetro-RJ entende que a política de preços de combustíveis de Pedro Parente promove ganhos somente aos refinadores dos EUA, aos traders internacionais, aos importadores e às distribuidoras privadas. Enquanto isso, a ociosidade das refinarias da Petrobrás só aumenta ao passo que perde participação no mercado brasileiro de combustíveis. Tudo isso, atendendo também ao mesquinho propósito de facilitar a privatização das refinarias, terminais e dutos, como propõe esta direção entreguista. Da mesma forma, entendemos que a política de preços do GLP visa facilitar a entrega da Liquigás, recentemente embargada pelo Cade, mas cuja forma de venda ainda é objeto de discussão.

 

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