Seminário denuncia mentiras criadas sobre a Petrobrás

O Clube de Engenharia, em parceria com a AEPET, realizou nesta terça-feira (5), o seminário “O mito da Petrobrás quebrada, política de preços e suas consequências para o Brasil”. Mediado pelo presidente do Clube de Engenharia, Paulo Celestino, o encontro mostrou como a farsa do desmonte e pulverização de ativos da empresa e da política de preços prejudica o Brasil, quando prioriza a produção de petróleo e abandona o refino e petroquímica. “O que estão fazendo na Petrobrás é que ela deixe de cumprir seu papel histórico de suprimento de combustíveis para o desenvolvimento industrial do Brasil. Voltaremos ao tempo em que este país importava tudo, com esse desmonte voltaremos à condição de meros exportadores de matérias-primas e importadores de refinados. Isso é uma regressão ao período colonial” – disse Celestino ao abrir o encontro.

Petrobrás é vitima de fake news

O seminário teve como palestrantes Claudio da Costa Oliveira, economista, que apresentou o painel “o mito da Petrobrás quebrada”; o consultor legislativo Paulo César Ribeiro Lima com ‘ A produção e o refino do petróleo a serviço do Brasil’ e Felipe Coutinho, presidente da AEPET que abordou a Consequência política de preços da Petrobrás.

Claudio mostrou em sua apresentação como a opinião pública é manipulada pelos grandes veículos e renomados jornalistas econômicos, com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg  que constroem narrativas que ajudaram a  criar o senso comum da Petrobrás ineficiente e endividada.

“Essas pessoas dizem que a Petrobrás chegou à bancarrota, a partir de 2015, isso é uma grande inverdade e é uma pratica de fake news! Isso só mostra que o interesse da mídia hegemônica não é a defesa da companhia e muito menos do povo brasileiro. Eles defendem os interesses de capitais estrangeiros e especuladores” – falou o economista que apresentou dados comparativos com empresas internacionais do ramo do petróleo como Exxon e Chevron, abordando a geração operacional de caixa da Petrobrás e a sua capacidade em honrar suas dívidas, pagar dividendos e fazer investimentos. Só em 2017, a empresa obteve US$ 27,11 bi de geração em caixa.

Política “America First”

Felipe Coutinho, presidente da AEPET, apresentou o painel ‘Consequências da política de preços da Petrobrás’. Desde outubro de 2016, em alinhamento aos preços internacionais, a Petrobrás coloca em pratica sua atual política que gera uma grande perda recursos financeiros do Brasil, ociosidade de refinarias e só privilegia as empresas internacionais concorrentes da Petrobrás.

“Ganham os tradings internacionais do mercado de derivados de petróleo, que lucram com aumento substancial da importação de derivados, que bateu recorde. Por exemplo, o diesel importado dos EUA, antes da adoção desta política, representava em 2015, 41% do total. Hoje esse número supera 80%. Por isso, batizamos essa política de “America First”, em alusão a campanha política do atual presidente americano Donald Trump” – disse o presidente da AEPET que já em 2016 denunciava a política lesiva à Petrobrás e ao Brasil, gerando impactos recessivos.

Leilão lesa-pátria

Encerrando o seminário, o engenheiro e consultor legislativo Paulo César Ribeiro Lima fez um painel sobre a produção e o refino do petróleo a serviço do Brasil, sendo enfático ao dizer que as atividades de produção e refino são de interesse público, e que a realização do 4ª Rodada Leilões de Partilha do Pré-Sal que vai ser realizado nesta quinta (7) é um crime de lesa-pátria.

“Agora chega o governo e propõe que o percentual mínimo excedente em óleo da União apresente o número pífio que varia entre 7% a 8%, como nos poços de Três Marias, Uirapuru e Itaimbezinho, isso é zombar do Fundo Social, da área de Saúde. É risível esse edital da ANP! Poços como Saturno oferecem 9%, quando deveria ter 40%, é uma vergonha!” – criticou o Paulo César.

Ação Popular contra leilão do Pré-sal

No encerramento de sua palestra o consultor informou que nesta segunda (4), em Vitória (ES), onde foi protocolada, acabou por ser cassada uma Ação Popular com apoio do Movimento Petróleo é do Brasil, Frente Parlamentar de Defesa da Soberania Nacional, Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e Federação Única dos Petroleiros (FUP) que pedia a suspensão da 4ª Rodada de Licitações do Pré-Sal.

 

Destaques