Sindipetro-RJ exige continuidade e aprofundamento nas investigações sobre o incêndio no Cenpes

Após o incêndio do Prédio 20 do Cenpes, instaurou-se uma Comissão de Investigação focada na avaliação das causas que levaram à internação de dois petroleiros, um próprio e um contratado, por inalação de fumaça tóxica. Apesar da importância deste trabalho, ficou totalmente de fora a análise das causas do incêndio, o que não se justifica. Por esta razão, o Sindipetro-RJ insistiu de modo veemente para que no relatório da Comissão instaurada, cujos trabalhos se concluíram em 11/07, constasse como ação a nomeação de uma nova Comissão de Investigação para realizar de forma aprofundada um levantamento real sobre as causas do incêndio, haja vista que outros prédios e instalações do Cenpes encontram-se em estado tão ou mais precário quanto o Prédio 20, especialmente no que se refere à infraestrutura de detecção, alarme e combate a incêndio.

O vitimado Prédio 20 é uma construção que há mais de 15 anos apresenta problemas de infraestrutura, proporcionando condições de trabalho precárias. No Boletim do Sindipetro-RJ, edição de número 80, de 11 de julho, iniciamos um primeiro relato sobre o acidente, o qual gerou insatisfações dentre alguns trabalhadores da área de segurança da unidade. Também por isso, conforme sempre foi do entendimento da direção, é necessário ampliar a análise das causas deste tipo de acidente, inclusive por sua abrangência e omissão histórica da alta hierarquia diante do fato de que o Cenpes também é uma unidade industrial. Sabemos que o desmonte e a privatização fatiada têm reflexos em todos os campos como neste caso.

O Sindicato lutou arduamente contra a terceirização da brigada de incêndio, mas ainda assim, ela aconteceu. Apesar do esforço de cada profissional, sabemos que a precarização de suas condições de trabalho e treinamento é decisiva para o despreparo do Cenpes diante de uma emergência. Por outro lado, a atual política da direção da empresa, com PIDVs e redução de efetivo, faz com que o quantitativo de trabalhadores nos turnos de SMS descumpra o mínimo determinado no PRE – Plano de Respostas a Emergências.

Apontamos as falhas do processo e a conivência e responsabilidade dos gestores e exigimos que a nova Comissão de Investigação seja implantada.

Versão do impresso Boletim LXXXII

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