Sobre a questão étnico racial na Petrobrás

No dia 19 de novembro publicamos uma matéria em que erroneamente informamos que o Relatório de Sustentabilidade da Petrobrás de 2019 não dava qualquer informe sobre dados referentes ao número de empregados negros na empresa. A matéria tinha como foco repercutir o “Dia da Consciência Negra” na Petrobrás.

Queremos enfatizar que esses dados existem sim, a partir do mesmo relatório, e que podemos fazer algumas leituras sobre a questão étnico racial na empresa. O fato é que apesar da aplicação de cotas raciais, no caso 5% , para o acesso através de concurso público, a Petrobrás acaba refletindo a desigualdade racial existente no Brasil. Os dados aqui apresentados mostram o desequilíbrio na distribuição racial dentro da empresa em seu universo total de empregados e de ocupantes de função gratificada, também agregando o recorte de gênero.

Desigualdade racial

Segundo o relatório, no universo de 46.416 empregados, a Petrobrás possui em seu quadro funcional 2.455 empregados pretos (5,29%); 10.686 pardos (23,02%); 648 que se declaram amarelos (1,40%); 116 indígenas (0,25%); 7.272 que não informaram e 25.239 se declararam brancos (54,38%).

Como ocupantes de função gratificada os números também refletem a desigualdade. Pessoas que se declaram brancas ocupam o seguinte universo: 4.374 homens (9,42%) e 907 mulheres (1,95%). Enquanto pretos, entre homens e mulheres, ocupam apenas 252 (0,54% ) e 31 (0,07%) destas funções que englobam gerentes e supervisores, respectivamente. Já em relação aos que se declaram pardos a situação é a seguinte: 1.316 homens (2,84%) e 214 mulheres (0,46%).

Para quem não ocupa função os números são: brancos com 16.393 homens (35,32%) e 3.565 mulheres (7,68%). Os pardos agregam 7.807 homens (16,82%) e 1.349 mulheres (2,91%). Já os pretos que não ocupam função gratificada somam 1.855 homens (4%) e 317 mulheres (0,68%).

No que é considerado por sua hierarquia como um paraíso da meritocracia, há muito ainda o que se fazer na Petrobrás pela igualdade racial. Esses números são importantes e mostram como o sistema capitalista acaba por erguer uma barreira chamada racismo estrutural.

No Sindipetro-RJ foi formado o Grupo de Trabalho de Diversidade e Combate às Opressões, formado por diretores e trabalhadores de base, tendo como principal objetivo o combate ao machismo, ao racismo, à LGBTIfobia, à xenofobia e outras formas de opressão na Petrobrás, na sociedade e também no Sindicato, assim como a valorização da diversidade.Conheça e participe!

Posto isto, esperamos ter esclarecido sobre a errata da matéria anterior citada na abertura desta reportagem.

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