Na edição desta segunda (4) do programa Faixa Livre que vai ao ar na Rádio Bandeirantes 1360AM/RJ, o diretor do Sindipetro-RJ concedeu uma entrevista por telefone sobre a venda da refinaria de Pasadena, confira a reprodução da conversa.

Pivô da descoberta de escândalos de corrupção na Petrobrás, a polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi vendida na última semana à empresa norte-americana Chevron. No entanto, o movimento da petrolífera brasileira em se desfazer deste ativo preocupa entidades sindicais.

É o caso do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), representado pelo diretor Vinícius Camargo, que criticou a negociação lembrando seu caráter privatista e a consequente perda de relevância da estatal no plano internacional.

“Nesse momento, a venda de Pasadena se insere em um projeto de desmonte da Petrobrás. Quando compraram Pasadena, havia política na Petrobrás que visava uma grande internacionalização. Agora estamos vendo o mesmo tipo de discurso de que tudo se justifica pela gestão de portfólio e rentabilidade. Sabemos que a rentabilidade é um dos aspectos da necessidade de integração da Petrobrás para avançar também em outros mercados. É uma contradição nesse momento em que isso é um caminho para agregar valor ao produto, ao próprio Pré-Sal”, avaliou.

A refinaria no Texas foi negociada com a Chevron por US$ 562 milhões – aproximadamente R$ 2 bilhões na cotação atual -, pouco mais da metade do valor que a Petrobrás desembolsou em 2006 para adquirir a unidade.

Por 50% da companhia de refino estadunidense, a estatal pagou US$ 360 milhões, cerca de R$ 1,3 bilhão à época. A transação foi alvo de críticas e investigação da operação Lava Jato, visto que a suíça Astra Oil havia pagado US$ 42 milhões uma ano antes pela totalidade das ações da refinaria.

Conselheiro eleito dos trabalhadores havia denunciado o negócio

“O próprio criminoso Nestor Cerveró na sua delação premiada apontou o pagamento de propina para a Astra Oil, empresa que foi a vendedora da refinaria para a Petrobrás, confirmando o processo de corrupção na aquisição dela, houve uma denúncia por parte de um conselheiro nosso sobre essa aquisição. O que se discute é quais foram os prejuízos que se deram contra a Petrobrás durante esse período. Na compra fica bastante expresso esse prejuízo”, pontuou Vinícius.

Os planos do governo Bolsonaro de ‘desinvestimento’ – leia-se privatização – da companhia petrolífera, com a venda de refinarias no país e de campos do pré-sal, ameaçam seriamente o  desenvolvimento alcançado nos últimos anos, impulsionando a cadeia de negócios de petróleo no Brasil, potencializando o ganho econômico do país como um todo.

“A nova diretoria da Petrobrás fala abertamente do seu desmantelamento. Vimos vários presidentes passarem ao longo desses últimos anos que falavam de uma Petrobrás quebrada, que tinha corruptos. Na Petrobrás se trabalha para desenvolver  o Brasil, fazem parte dela todos aqueles que  a construíram e hoje,entregam resultados gigantescos, mais R$ 110 bilhões por ano aos governos. Agora, de forma explícita, atacam a Petrobrás e falam que vão entregar seus empreendimentos. Não verdade pretendem abrir mão da posição de liderança que a Petrobrás conquistou ao longo do tempo, isso é até anticapitalista”, encerrou o diretor do Sindipetro-RJ que também é diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Fonte: Faixa Livre

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