O assassinato da vereadora e de seu motorista Anderson Pedro Gomes demonstra o quanto a Intervenção Militar Federal no Estado do Rio de Janeiro tem o objetivo claro de aumentar ainda mais o massacre contra a população das favelas, tão afetada com a falida e inócua guerra às drogas. Por isso, o Sindipetro-RJ manifesta seu repúdio a essa política absurda de Segurança Pública que visa somente proteger os interesses de uma oligarquia que se ocupa em defender seus privilégios como elite. Assim, apoiamos a criação da Frente Contra a Intervenção Militar Federal no Rio de Janeiro.
O Sindipetro-RJ neste momento de dor presta condolências aos familiares da vereadora Marielle Franco e de seu motorista e colega de trabalho, Anderson Pedro Gomes.
Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes, presentes!
A vereadora da Cidade do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) junto com seu motorista Anderson Pedro Gomes foram assassinados a tiros na noite desta quarta-feira (14) em uma emboscada na Rua Joaquim Palhares, Bairro do Estácio, Região Central do Rio de Janeiro.
Marielle era relatora da comissão formada pela Câmara Municipal do Rio para acompanhar a Intervenção Federal. A Comissão de Representação de Acompanhamento da Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio é formada por 18 vereadores.
Já no último domingo (11), a vereadora denunciou uma ação de PMs do 41º BPM (Irajá) na favela de Acari. Segundo ela, moradores reclamaram da truculência dos policiais durante uma abordagem na região. Ela compartilhou uma publicação em seu perfil em uma mídia social em que dizia que rapazes foram atirados em um valão. De acordo com as denúncias, no dia anterior, os PMs invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.
“Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu Marielle em seu perfil em uma mídia social.
Marielle era socióloga, tendo nascido e sido criada no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e foi eleita vereadora da Câmara do Rio com 46.502 votos, em 2016. Era formada pela PUC-Rio em Sociologia e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com o tema “UPP: A redução da favela a três letras”. Ela coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado do deputado Marcelo Freixo. A vereadora também trabalhou em organizações não-governamentais, como a Brazil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (CEASM).
Ela decidiu pela militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré.
A partir de 11h de hoje acontece uma vigília na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde será realizado o velório. Às 17h, sairá um ato com concentração na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) rumo à Cinelândia.