“Leilão” 07/10/2021 – Só 9 empresas inscritas e cada uma só poderá apresentar ofertas para os blocos localizados nos setores para os quais efetue o pagamento de taxa de participação e aportado garantia de oferta
Na próxima quinta-feira (07/10), organizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), será realizada a 17ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural. O leilão vai ofertar 92 blocos com risco exploratório, totalizando uma área de 53,93 mil quilômetros quadrados. Os blocos estão localizados em 11 setores de elevado potencial e de nova fronteira de quatro bacias sedimentares marítimas brasileiras, que são Campos, Pelotas, Potiguar e Santos.
O leilão será realizado no Rio de Janeiro, e terá presença apenas das pessoas “necessárias” à sua realização e dos representantes inscritos pelas empresas participantes para apresentarem ofertas.
Segundo a ANP, a 17ª Rodada oferecerá os blocos no modelo de concessão, no qual as empresas ou consórcios vencedores são definidos por dois critérios: bônus de assinatura (80%) e programa exploratório mínimo – PEM (20%) oferecidos pelas licitantes.
Os bônus são os valores em dinheiro, ofertados pelas empresas, a partir de um mínimo definido no edital, e são pagos pelas vencedoras antes de assinarem os contratos. Para a 17ª Rodada, os bônus de assinatura mínimos variam de R$ 630 mil, na Bacia de Pelotas, a R$ 122,25 milhões, na Bacia de Santos.
Velhos conhecidos
Um verdadeiro “feirão” do patrimônio do Brasil com cartas marcadas que contará com a participação de nove empresas: 3R Petroleum Óleo e Gás S.A., Chevron Brasil Óleo e Gás Ltda., Shell Brasil Petróleo Ltda., Total Energies EP Brasil Ltda., Ecopetrol Óleo e Gás do Brasil Ltda., Murphy Exploration & Production Company, a Karoon Petróleo e Gás Ltda, Wintershall Dea do Brasil Exploração e Produção Ltda e a Petrobrás.
Pelos nomes de alguns participantes você , caro leitor , deve ter percebido a presença de velhos tubarões imperialistas do mundo do petróleo como Chevron, Shell e Total. Empresas essas envolvidas com desastres ambientais, monopólios e corrupção. Mas como atualmente no Brasil é permitido, como até conta bancária em paraíso fiscal tanto do ministro da Economia quanto do presidente do Banco Central no exterior, não é de se estranhar a recepção e participação desses pilhadores de petróleo.
O Sindipetro-RJ combate o entreguismo desde sempre: seja das parcerias público-privadas da ditadura militar que culminou na tomada do setor petroquímico por grupos privados e de corrupção nas eras de Sarney/Collor que engendraram o clientelismo com os usineiros; seja contra o marco da quebra do monopólio do petróleo e venda de ações da Petrobrás por FHC; seja o atual modelo competitivo de leilões do Pré-Sal de Lula ou o próprio leilão do Campo de Libra de Dilma, tendo um dos vencedores a Shell; sejam os muitos leilões do Pré-Sal de Temer; seja, agora, no aprofundamento e aceleração do desmantelamento da Petrobrás como empresa integrada de energia no Governo Bolsonaro. O Sindicato repudia os leilões que entregam riquezas do país ao capital internacional e está na luta contra a privatização da Petrobrás.