Em todo o país, já são 121 unidades em greve, com mais de 20 mil trabalhadores parados.
Atualizado às 14h55
Nesta segunda-feira (17), a greve nacional dos petroleiros chega ao seu 17º dia de paralisação. Já são 121 unidades em greve, entre elas plataformas, terminais e quase todo o parque de refino da empresa.
Segundo informações publicadas pelo Sindipetro- LP, neste sábado (15), com a liberação da maioria dos grevistas confinados na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, RPBC, a gestão foi obrigada a paralisar as áreas de Recuperação de Aromáticos (URA) e de Destilação Atmosférica (UV), gerando um impacto significativo para a companhia. Com a unidade UV parada, a empresa deixa de refinar 4 mil m³ de petróleo por dia, o equivalente a 25 mil barris diários. Na URA deixarão de ser produzidos mais de 900 m³ de produtos como benzeno, tolueno, xileno e hexano. Levando em consideração a parada das outras refinarias do sistema Petrobrás, o impacto na produção é ainda maior.
E a greve avança a cada dia
Na noite deste domingo (16), por exemplo, trabalhadores desembarcaram no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (foto acima), em Manaus, e promoverem um ato de repúdio às decisões tomadas pela Petrobrás. Sob gritos de “não estamos à venda” e “defender a Petrobrás é defender o Brasil”, os grevistas criticaram a postura do governo brasileiro sobre a privatização da Petrobrás. Nas termelétricas Jaraqui e Tambaqui, que têm seu processo de privatização em curso, mais de 90% da categoria está parada desde quinta-feira (13/02).
A greve dos petroleiros já ultrapassou a categoria e cresce diariamente em apoio da sociedade, com movimentos solidários e de luta por todo o país e pelo mundo.
Na terça-feira (18), uma grande marcha nacional em defesa do emprego, da Petrobrás e do Brasil será realizada no Rio de Janeiro, com a participação de caravanas de trabalhadores de vários estados. A concentração será a partir das 16h, em frente à sede da Petrobrás, EDISE.
A Greve Nacional dos petroleiros começou em 1º de fevereiro e tem como pauta a suspensão de cerca de mil demissões na fábrica da Araucária Nitrogenados (ANSA), FAFEN-PR; o cumprimento do atual ACT pela direção da empresa; o fim da venda de ativos da Petrobrás e a mudança na política de preços dos combustíveis (Preço de Paridade de Importação – PPI) imposta à empresa, que massacra a população e prejudica à própria Petrobrás.
A PPI adota como referência os preços equivalentes aos da importação para os combustíveis produzidos nas refinarias da Petrobrás, tornando a empresa e o país inteiro reféns do mercado internacional e facilitando a vida das concorrentes, pois aumenta a ociosidade das nossas refinarias, enriquece empresas privadas e importadoras de combustíveis (especialmente dos Estados Unidos) e prejudica a população e a economia do país.
É importante destacar e insistir que esta forma de precificação de combustíveis torna a economia brasileira menos competitiva, porque além de castigar o consumidor, aumenta a ociosidade das refinarias da Petrobrás, faz caixa para os concorrentes privados e estrangeiros comprarem os ativos da companhia postos à venda a preço de banana, além de transferir emprego e renda para outros países. Os refinadores dos Estados Unidos agradecem!
Quadro nacional da greve – 17/02
58 plataformas
13 refinarias (incluindo-se a fábrica de lubrificantes e a usina de processamento de xisto)
24 terminais
8 campos terrestres
8 termelétricas
3 UTGs
1 usina de biocombustível
1 fábrica de fertilizantes
2 unidades industriais
3 bases administrativas
Veja como está a greve em cada estado
Amazonas
Termelétrica de Jaraqui
Termelétrica de Tambaqui
Terminal de Coari (TACOARI)
Refinaria Isaac Sabbá (REMAN)
Ceará
Plataformas – 09
Terminal de Mucuripe
Temelétrica TermoCeará
Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (LUBNOR)
Rio Grande do Norte
Plataformas – PUB-2 e PUB-3
Ativo Industrial de Guamaré (AIG)
Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (RNEST)
Terminal Aquaviário de Suape
Bahia
Terminal de Camaçari
Terminal de Candeias
Terminal de Catu
UO-BA – 07 áreas de produção terrestre
Refinaria Landulpho Alves (RLAM)
Terminal Madre de Deus
Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO)
Espírito Santo
Plataformas: FPSO-57 e FPSO-58
Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR)
Terminal Aquaviário de Vitória (TEVIT)
Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC)
Sede administrativa da Base 61
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité)
Refinaria Gabriel Passos (REGAP)
Rio de Janeiro
Plataformas – PNA1, PPM1, PNA2, PCE1, PGP1, PCH1, PCH2, P07, P08, P09, P12, P15, P18, P19, P20, P25, P26, P31, P32, P33, P35, P37, P40, P43, P47, P48, P50, P51, P52, P53, P54, P55, P56, P61, P62, P63, P74, P-75, P76, P77
Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB)
Terminal de Campos Elíseos (TECAM)
Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB)
Refinaria Duque de Caxias (REDUC)
Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG)
Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG)
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ)
São Paulo
Terminal de São Caetano do Sul
Terminal de Guararema
Terminal de Barueri
Refinaria de Paulínia (REPLAN)
Refinaria Capuava (RECAP)
Refinaria Henrique Lage (REVAP)
Refinaria Presidente Bernardes (RPBC)
Plataformas (04) – Mexilhão, P66, P67, P68 e P69
Terminal de Alemoa
Terminal de São Sebastiao
Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA)
Termelétria Cubatão (UTE Euzébio Rocha)
Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos
Terminal de Pilões
Mato Grosso do Sul
Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes)
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR)
Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)
Fábrica de Fertilizantes da Araucária Nitrogenados (FAFEN-PR/ ANSA)
Terminal de Paranaguá (TEPAR)
Santa Catarina
Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU)
Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ)
Terminal de Guaramirim (TEMIRIM)
Terminal de São Francisco do Sul (TEFRAN)
Base administrativa de Joinville (EDIVILLE)
Rio Grande do Sul
Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP)
Fonte: FNP