Atualmente a mulher negra no Brasil ocupa os piores lugares referente aos índices de emprego e salário. Uma realidade que a Petrobrás pode ajudar a mudar interna e externamente
A data mundial nasceu em 1992 quando ocorreu o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, realizado em Santo Domingo, capital da República Dominicana. Desde então, a data passou a ser comemorada no mundo todo propondo a união entre as mulheres para denunciar o racismo e o machismo. E foi criada uma Rede junto à Organização das Nações Unidas para a promoção de ações e reconhecimento da data.
A heroína Tereza de Benguela
No Brasil, através da lei 12.987/2014, foi criado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra que é comemorado no dia 25 de Julho. Tereza de Benguela foi uma liderança no Quilombo do Quariterê, que ficava na fronteira entre Mato Grosso e Bolívia e chegou a abrigar mais de 100 pessoas, principalmente negros e indígenas. Tereza era casada com José Piolho. O Quilombo era conhecido por Quilombo do Piolho.
José Piolho foi assassinado por soldados do Estado em 1750. Com a morte de Piolho, Tereza passou, então, a comandar a resistência contra o governo escravista, organizando as atividades econômicas e políticas no Quilombo durante pelo menos 20 anos.
Ela organizou a luta e presidiu uma espécie de parlamento; navegou em barcos pelo pantanal; garantiu a sobrevivência no Quilombo com o cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca e banana; tratava da venda de excedentes produzidos; passando a ser conhecida por “Rainha Tereza”.
O Quilombo foi desmontado por forças do Estado em 1770, dando início a uma busca por fugitivos que só terminou em 1791.
Foram precisos mais de 100 anos depois de Tereza para que a luta popular conquistasse o fim da escravidão em 1888. Mas, com a manutenção dos escravistas no poder, a “liberdade” até hoje não faz parte da política do Estado. Leia mais: https://sindipetro.org.br/13demaio-racismo/
Empregabilidade comprometida
Nos dias de hoje, as perseguições continuam à população negra, sendo que as mulheres negras são ainda mais afetadas conforme aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2022, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nessa pesquisa a taxa de desemprego geral ficou em 9,3% no segundo semestre de 2022. Entre as mulheres negras essa taxa, ficou em 13,9%; entre as mulheres brancas, 8,9%; entre os homens negros, 8,7% e entre homens brancos, 6,1%.
Renda abaixo da média baixa
A pesquisa do IBGE também apontou que enquanto o homem branco recebeu em média um rendimento de R$ 3.708 mensais; enquanto a mulher branca recebeu R$ 2.774; o homem negro, R$ 2.142; a mulher negra ficou com apenas R$ 1.715!
Sobre cargos de chefia, os brancos também estão sempre no topo: homens brancos, são 5,6; mulheres brancas, 4,7%; homens negros, são 2,3% e mulheres negras, 2,1%.
Cotas raciais na Petrobrás
Na sétima edição do “21 dias de Ativismo contra o Racismo”, em março deste ano, o GT Diversidade e Combate às Opressões do Sindipetro-RJ promoveu debate sobre a importância das cotas raciais na Petrobrás com transmissão ao vivo, constatando que não dá mais para a estatal fica atrás de outras empresas no reconhecimento e combate interno e externo a essa realidade brasileira. Assista ao vídeo e compartilhe: https://www.youtube.com/watch?v=pYnxz_cIC8w