Empresas sem experiência, dirigidas por especuladores, assumem espólio da Petrobrás no Nordeste

Um exemplo é a 3RPetroleum, empresa criada para absorver desinvestimentos da Petrobrás. Além disso, o que se percebe é que tubarões do mercado financeiro compram pequenas empresas do mercado de petróleo para abocanhar o espólio da Petrobrás que está sendo pulverizado

A 3R foi criada em 2014 por uma equipe de profissionais do setor egressos, em sua maioria, da petroleira argentina Pérez Companc, com experiência em revitalização de campos maduros.

“Faria Limers” abocanham campos maduros da Petrobrás

Em 2019, a Starboard, uma gestora de investimentos sediada na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, se tornou a controladora da petroleira. O mesmo fundo viria a comprar a Ouro Preto Óleo e Gás, de Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, que mais tarde, em 2020, incorporou a 3R Petroleum e Participações e mudou a razão social, dando origem à atual 3R Petroleum Óleo e Gás, listada na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). Em 2020, com a abertura de capital, a 3R deixou de ter um controlador definido. Hoje, os principais acionistas são a Starboard (45,9%), por meio de fundos; a alemã RWE (12%); e o BTG Pactual (9,2%). Além disso, 28,9% das ações estão em circulação no mercado (“free float”) e os 4% restantes nas mãos de outros acionistas, incluindo os fundadores.

A “crença” de que a Petrobrás se livraria dos campos

O modelo de negócios da empresa é comprar ativos em declínio, investir e recuperar essas concessões. Em entrevista ao Valor Econômico, publicada em fevereiro deste ano de 2021, o atual executivo da empresa, Ricardo Savini diz que a empresa foi criada com base na “crença” de que, no futuro, a Petrobrás colocaria seus ativos à venda — o que começou a acontecer a partir de 2016. Premonição ou acesso a informação privilegiada?

Hoje, a 3RPetroleum detém a operação do Polo de Macau, no Rio Grande do Norte, na Bacia Potiguar, ao pagar em agosto de 2019, o valor de US$ 191,1 milhões à Petrobrás. A Bacia engloba os campos de Aratum, Macau, Serra, Salina Cristal, Lagoa Aroeira, Porto Carão e Sanhaçu.

Em 9 de julho de 2020, fechou contrato para a aquisição da participação de 65% da Petrobrás no Polo Pescada-Arabaiana, no offshore potiguar, passando a ser os operadora dos campos. Em agosto do mesmo ano acertou com a Petrobrás a compra, por US$ 8,8 milhões, dos campos de Fazenda Belém e Icapuí, também na Bacia Potiguar.

Ainda em agosto de 2020, a atuação da empresa chegou à Bahia com a aquisição, por US$ 94,2 milhões, dos campos de Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte, localizados nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé.

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Nota-se, que cada vez mais, empresas ligadas ao mercado financeiro, bancos e fundos de investimentos, estão se apoderando do mercado petróleo e gás no Brasil, principalmente, do espólio da Petrobrás, como, por exemplo, o Itaúsa (Itaú) que possui participação acionária na Nova Transportadora do Sudeste (NTS), e também no mercado de GLP, ao comprar a Liquigás em parceria com a Copagaz e a Nacional Gás Butano.

Já o BTG Pactual, através de uma empresa de sua propriedade, a Eneva S/A, ganhou da mesma 3RPetroleum a concorrência em fevereiro último para a potencial compra do Polo de Urucu na Bacia do Solimões, no Estado do Amazonas. O mesmo BTG Pactual que detêm 9,2% da 3R Petroleum.

Processo de venda de ativos de uma estatal em que concorrentes figuram nas várias propostas de compra… pode isso Arnaldo?

 

Imagem Petrobrás

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