Há pelo menos um mês a Petrobrás atua no apoio permanente ao Ibama nos esforços para a limpeza das praias atingidas por óleo no Nordeste e a grande imprensa não faz o menor alarde. Desde o dia 12 de setembro, a empresa informa que coletou mais de 280 toneladas de resíduos oleosos (mistura de óleo e areia). Ao todo, foram mobilizados cerca de 1.700 agentes ambientais para limpeza das áreas impactadas e mais de 50 empregados para planejamento e execução da resposta.
A pergunta que não quer calar
Além da Petrobrás outras 52 empresas operam em exploração de petróleo no país, mas o fato é que a Petrobrás é a única no Brasil que se mexeu para mitigar essa tragédia ambiental, haja vista que essas empresas estão sendo beneficiadas com desonerações que totalizam R$ 1 trilhão, além de arrematarem reservas e operações a preços baixíssimos. Por que essas empresas não disponibilizam qualquer tipo de apoio nesta ação do Ibama? E a empresa responsável pelo vazamento, o que tem feito?
Dois pesos, duas medidas
O fato é que na hora de criar e fortalecer o mito da Petrobrás falida e a “necessidade” de privatizar a empresa, os famigerados veículos de imprensa que (des)informam a população mostram-se eficientes em repetir e massificar mentiras que devem ser vistas como verdades por gosto de seus patrocinadores. Porém, na hora de associar a Petrobrás estatal como um símbolo positivo diante do povo brasileiro esta mesma imprensa se cala ou minimiza a atuação da companhia, além de também minimizar o dano causado por empresas privadas.
Se o óleo fosse da Petrobrás e seu derramamento fosse por negligência ou falha da empresa, o que diriam os veículos oficiais de comunicação do Brasil? O que diria o presidente e sua malta de asseclas lesa pátria?
O descontrole e esvaziamento das atribuições do Estado, ao longo dos anos, em questões que envolvem o meio ambiente, representam um convite a crimes ambientais. Não esqueçamos as recentes tragédias de Mariana e Brumadinho, com a Vale, por conta da falta de fiscalização