Venda de refinarias e campos de petróleo, abandono de segmentos estratégicos da cadeia de óleo & gás e geração de energia; desmobilização de regiões inteiras, transferências arbitrárias e extinção de postos de trabalho; demissões na recém-privatizada BR Distribuidora; tentativa de impor uma PLR no menor patamar e com um PPP que remunera desproporcionalmente a alta gerência, em detrimento dos petroleiros; mudança unilateral da tabela de turno (para não pagar o passivo aos trabalhadores); adoção do banco de horas para não remunerar horas extras; equacionamento da Petros que, além de não cobrar a dívida da Petrobrás, tenta jogar sobre os petroleiros(ativos e aposentados) o ônus do déficit; mudança no atendimento e pagamento da AMS; aposentadorias forçadas e um longo etc. Estes são os votos de Feliz Ano Novo da direção da empresa para todos os petroleiros e petroleiras do Brasil!
No rastro da assinatura do ACT, os gestores forçam a barra por todos os flancos, provocando e testando o limite dos trabalhadores e a capacidade de reação dos sindicatos, enquanto defendem seu próprio bolso. No Brasil, a agenda de Bolsonaro — destruição econômica, corte de direitos, ataques à educação, saúde, indígenas e sem-terra, setores oprimidos — segue a passos largos.
No Chile, Equador, França e outros países, os planos dos governos — descontar nas costas dos trabalhadores o esforço para garantir o lucro dos banqueiros e grandes empresários — têm enfrentado grande resistência popular e gerado verdadeiras rebeliões.
Espelhemo-nos nestes exemplos para dar a resposta que esses “senhores” merecem! Petroleiros, caminhoneiros, estudantes e todos os setores explorados e oprimidos!
A partir desta semana estamos convocando assembleias setoriais para fazer, coletivamente, um balanço de como chegamos até aqui, a situação na qual nos encontramos e como organizar uma nova jornada de lutas em fevereiro. Enfrentar, de conjunto, este projeto de governo e gestão é a única forma de sermos vitoriosos. A direção da Petrobrás não pode impor sua agenda sem reação da categoria !
Maior traição da história da FUP desmonta a greve nacional unificada e joga para trás a defesa de nossos empregos e direitos e da Petrobrás integrada e estatal
O balanço da atual situação não pode desconsiderar os acontecimentos da campanha salarial 2019, quando, em meio à possibilidade de uma greve que seria histórica, decisiva e muito importante para os petroleiros e para o povo brasileiro, a FUP recuou da mobilização e quebrou a unidade que fortalecia a categoria para que, em nível nacional, enfrentasse a política do governo e da direção da empresa durante as negociações para o ACT.
Não foi à toa que, em sua mensagem de final de ano aos petroleiros, Castello Branco citou o ACT como um dos motivos para qualificar 2019 como ‘ano excelente’. Esta derrota do ACT é que incentiva a direção da empresa, agora, a implementar sucessivos ‘balões de ensaio’ na tentativa de retirar direitos da categoria.
Sindipetro-RJ garantiu o surgimento da quinta proposta e possibilidade de continuidade da greve
A postura do Sindipetro-RJ após a proposta do TST foi digna de orgulho desta gestão e dos milhares de petroleiros que entenderam que nosso sindicato não poderia aceitar o assédio e a manipulação das assembleias pelos gestores (estes que agora serão recompensados pelo PPP).
Além de não ceder aos interesses dos gestores (de carreira e biônicos) e sim respeitar a vontade nacional dos petroleiros claramente expressa nas assembleias de milhares de trabalhadores, a não assinatura, naquele momento, por decisão desta Diretoria do Sindipetro RJ, possibilitou o surgimento da quinta proposta, garantindo a possibilidade de deflagrarmos a greve nacional unificada.
A postura da FNP, de não abandonar o RJ e seguir defendendo a rejeição da proposta e a efetivação da greve, foi oposta à da FUP, que puxou o tapete da greve alguns minutos antes de seu início e ainda quis tripudiar sobre os petroleiros do RJ, ao invés de se mostrar solidária contra as ameaças desferidas pela direção da empresa.
Durante toda a campanha a FNP e sindicatos garantiram que a livre opinião da categoria prevalecesse em todas as assembleias de base, que tiveram a maior participação de petroleiros entre os sindipetros do país.
Na histórica assembleia do EDISEN, por exemplo, como forma de evitar qualquer tentativa de manipulação e pressão vindas de gestores, os petroleiros e o Sindipetro-RJ definiram-se pelo voto secreto, o que a partir de então se transformou em um parâmetro para as assembleias de outras bases.
Cumpre destacar: a resistência da FNP e sindicatos às chantagens da empresa e do governo foi o que possibilitou aos petroleiros seguirem na luta para exigir uma nova proposta de ACT, a qual ainda assim, não nos atende.
É preciso (e é possível) resistir
A recente decisão das assembleias de petroleiros do RJ que rejeitaram a mixuruca proposta de PLR da empresa e aprovaram a contraproposta da FNP, bem como a recusa em ceder à mudança unilateral de tabelas de turno, entre uma série de resistências e denúncias locais que enfrentamos, provam que temos consciência da importância de continuar lutando e resistindo contra as perdas de direitos.
Prova também que é possível reorganizar a luta de forma mais ampla e com o objetivo de darmos uma resposta geral aos balões de ensaio implementados pela direção da empresa.
A campanha 2020 começa agora. Feliz Ano Novo de muita luta!
ASSEMBLEIAS
EDISEN
DIA 14/1 (TERÇA-FEIRA) – 12H30
EDISE
DIA 16/1 (QUINTA-FEIRA) – 12H30
ADM CENPES (PORTARIA 1)
DIA 16/1 (QUINTA-FEIRA) – 12H30
*COMPERJ
DIA 23/1 (QUINTA-FEIRA) – 7H
*deliberação sobre a compensação e a reposição de horas dos feriados (natal, ano novo e quarta-feira de cinzas).
Obs – nos próximos dias, a tabela será complementada e atualizada, com ampla divulgação em nossos informativos.