Gerentes predatórios na BR Distribuidora

Não bastasse o Programa de Demissão “Optativa” (PDO) que recebeu 1.181 inscrições, a direção da BR Distribuidora, recentemente privatizada, já efetivou des­de dezembro a demissão de mais de 800 empregados concursados.

O atual presidente da BR Distribuidora Rafael Grisolia determinou que cada geren­te escolhesse quem poderia continuar na empresa, conta uma demitida da empresa que não quis se identificar. Ela re­lata que todo esse processo demissional mostra uma face perversa dos gerentes e como usam um sistema de proteção aos seus “amigos”.

“Até hoje não sei o porquê da minha demissão, não tive ao longo da minha carreira na empresa qualquer tipo de advertência, meu GDR sempre atingiu os maiores índices.Um dia che­ga um gerente novo no seu setor e diz simplesmente que não conta comigo para nada.

Como se faz numa situação dessas após anos de traba­lho? O pior é ver pessoas que não tinham comprometimen­to algum com a empresa que continuam lá, que critério é esse?” – indaga.

Isso mostra como vem sen­do imperioso o desrespeito, a falta de critério e de “merito­cracia” na demissão de com­panheiras da empresa que foi privatizada através da pulveri­zação de papéis na Bolsa de Valores, ao final de 2019, que fez a Petrobrás perder o con­trole acionário da subsidiária. O fato é que até o momento, somando os que aderiram ao PDO (1.181), aos que sairão até março, e esses 600 demitidos, temos um total de 1.781 trabalhadores que estão sendo des­ligados, representando quase 57% de um quadro de 3.154.

 

Versão do impresso Boletim 199 – Especial 8M

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