Plano de retorno ao trabalho presencial é apresentado pela empresa aos sindicatos
A gestão da Petrobras realizou no dia 08 de junho uma apresentação para os sindicatos da FNP, no qual informa o seu plano para retornar ao trabalho. Tal plano não prevê nenhum tipo de negociação com o sindicato ou critérios objetivos para a retomada. Todo ele é baseado em “observar” a evolução do cenário, ou seja, todo o poder continua na mão da alta direção da empresa/EOR. Além de unilateral, o sindicato considera essa medida como irresponsável e absurda, já que o Rio de Janeiro continua com centenas de mortos por dia, demonstrando bem o alinhamento da política da gestão Castello Branco à política genocida do governo.
Veículos da mídia, como o Estadão e a Folha, também publicaram matérias sobre o desejo de Castello Branco de enviar os petroleiros para retomar o trabalho presencial em meio ao pico de pandemia. A perspectiva de retorno, associado à falta de prevenção e cuidados contra o COVID-19 sob as quais estão submetidos trabalhadores do operacional, inclusive foi uma das pautas do ato simbólico realizado na segunda-feira (09) em frente ao EDISE.
Castello Branco diz uma coisa e faz outra
Apesar e ter dito que o plano de retomada não tinha prazo, os trabalhadores do CENPES e COMPERJ já denunciam a retomada das atividades presenciais, com diversos trabalhadores sendo orientados a voltar ao trabalho em suas unidades. Enquanto isso nos dois locais, ainda sem uma testagem adequada na entrada do expediente, surgem a cada dia novos casos de COVID-19. Os casos foram denunciados para a empresa na carta FNP 32/2020 .
O sindicato orienta os trabalhadores que recebam qualquer comunicação de retorno ao trabalho presencial que gerem evidência (gravem ou tirem foto) e enviem para contato@sindipetro.org.br. Adicionalmente, que faça uma denúncia anônima ao MPT, através do link https://peticionamento.prt1.mpt.mp.br/denuncia. A denúncia de diversas pessoas ajudará o MPT a agir em relação às ilegalidades da empresa.
Não permitiremos que a empresa inicie uma retomada silenciosa para tentar a política do fato consumado!
Os absurdos da Petrobrás durante a pandemia
Ao relembrar a coleção de absurdos que a alta direção protagonizou durante a pandemia, não podemos esquecer da tentativa de redução unilateral da jornada que foi barrada na justiça. Inclusive, sobre isso, é importante que os petroleiros saibam que nós não concordamos com a interpretação unilateral da empresa de não pagar integralmente o período anterior ao recebimento da liminar (até o dia 20 de abril). O sindicato já realizou o questionamento na justiça para garantir o cumprimento da liminar.