A Petrobrás de Roberto Castello Branco

Nesta quinta (18), a Petrobrás divulgou no Twitter que criou um “ecossistema de inovação” com a frente científica de combate ao coronavírus, desencadeando “um movimento inédito na companhia que capturou até o momento mais de 300 ideias para ajudar a sociedade a enfrentar essa crise”. Isso realmente é muito lindo, assim como todas as doações que a Petrobrás tem feito, inclusive de máscaras. Talvez pouco, diante do lucro de R$ 40 bi em 2019. E será que a direção tem mesmo adotado todas as medidas que sua estrutura científica recomenda? Duvidamos! Especialmente porque os petroleiros continuam adoecendo e morrendo de COVID-19, porque a Estrutura Organizacional de Resposta se nega a aplicar testes em todos, é lenta e promove medidas ineficazes, além de desprezar as representações sindicais.

É fato que a gestão na Petrobrás, presidida por Roberto Castello Branco, não está trabalhando para o povo brasileiro, muito menos se preocupa com a saúde dos petroleiros. É orientada pelo governo Bolsonaro, atende aos interesses do capital privado, dos banqueiros, dos acionistas. Uma economia para muito poucos obterem lucros.

*EOR de braços cruzados*

Desde o início da pandemia, o Sindipetro-RJ tem enviado ofícios à empresa comunicando denúncias e pedindo providências. No TABG, apenas um formulário preenchido pelos trabalhadores na entrada é usado como barreira para contágio pelo coronavírus. Os testes solicitados pela CIPA local há uma semana começaram a ser feitos, mas não tem todos. “Os terceirizados não estão sendo testados, então esta medida não está adiantando nada”, afirmou um cipista. No CENPES, no COMPERJ, nas plataformas e no CNCL, por exemplo, as medidas também seguem sem abranger os protocolos contra o contágio.

*Entrega deliberada de ativos*

Na contramão da Petrobrás, as empresas do setor estão investindo em diversificação de ativos ou atuação em segmentos. A PetroRio divulgou que vai investir “naquilo que a Petrobrás não quer mais” para crescer. E adotou uma estratégia que os economistas chamam de “inteligente”: não vai perder tempo competindo com os gigantes, mas vai adquirir tudo o que não quiserem, apostando num crescimento certo.

Quem apoia a estratégia da PetroRio é o Banco Safra. A empresa já confirmou que vai comprar pelo menos cinco dos sete campos que a Petrobrás deve vender nos próximos meses. Enquanto isso, Castello Branco provoca o desmanche geral da Petrobrás, rumo à completa privatização. As vendas de refinarias, terminais e outros ativos só experimentaram desaceleração por causa da pandemia.

O Sindipetro-RJ está na luta por uma Petrobrás 100% estatal e pela vida dos petroleiros. Participe das videoconferências promovidas pelo Sindicato.

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