Mais uma plataforma da Petrobrás registra surto de COVID-19. A P-38 registrou, até o momento da publicação dessa matéria, cinco casos positivos em desembarcados. Uma equipe médica esteve a bordo para fazer testes em todos os trabalhadores e foi chamada com urgência uma equipe para desinfecção dos ambientes.

A P-38 é o segundo maior FSO (Floating, Storage and Offloading) do Brasil e serve para o armazenamento da produção de três grandes plataformas – P-40, P-51 e P-55. Ela recebe o petróleo destas plataformas, estoca e repassa para outros navios em alto mar, que levam o petróleo para a costa para o refino.

Trabalhadores estão sendo expostos

Segundo petroleiros da P-38, a plataforma vinha seguindo com todos os protocolos de prevenção. Mas, no momento, a P-38 está operando com baixo efetivo, porque uma parte saiu com o PDV e outro grupo é de risco para a COVID-19 e não está embarcando. Então, quem está embarcando não está mais fazendo o isolamento pré-embarque de 14 dias e isto é contra o protocolo de prevenção ao coronavírus!

Outro sério problema, por exemplo, é que a oficina de instrumentação da P-38 é de pequeno porte. Lá ficavam geralmente até três pessoas, mas ela foi transformada em oficina também de elétrica. Com isto, eletricistas e instrumentistas têm trabalhado juntos, aglomerando oito pessoas ao mesmo tempo em um pequeno espaço. E os casos positivos estão justamente concentrados entre estes trabalhadores!

Cronologia:

05/03 – é registrado o primeiro caso a bordo à noite;

06/03 – o segundo caso é registrado ao amanhecer; e no desembarque, mais um suspeito testa positivo no PCR;

09/03 – um desembarcado testa positivo;

10/03 – mais um desembarcado testa positivo.

Para o diretor do Sindipetro-RJ, Clausmar Luiz Siegel, que trabalhou na P-38 de 2003 a 2014, é um absurdo que para contornar uma situação de efetivo reduzido a empresa pratique a quebra da quarentena pondo em risco a vida dos petroleiros.