Somente depois de um mês, Petrobrás cria Comissão de Investigação para apurar vazamento no CENPES, porém até o momento o Sindipetro-RJ não recebeu nenhum link da reunião que estava, a princípio, agendada para o último dia 21 de maio
Em resposta a uma comunicação oficial ao Sindicato , a direção da Petrobrás, através do seu RH, encaminhou uma explicação oficial no dia 14 de maio sobre um vazamento ocorrido no CENPES no início do último mês de abril, em resposta a uma carta-ofício (99/2021) enviada pelo Sindipetro-RJ em 06 de maio de 2021, criando finalmente uma Comissão de Investigação para o sinistro. “ (…) convidamos este sindicato a indicar representante para participação em Comissão de Investigação, com início dos trabalhos em 21/05/2021” – convida a direção da empresa que até o presente momento aguarda o link, ou resultado da suposta reunião que não se sabe se aconteceu ou não.
“O que de fato aconteceu?”
No dia 27 de abril, o Sindipetro-RJ recebeu o relato de que ocorreu, no dia 15 de abril , no CENPES, um transbordo de 286 litros de óleo diesel no tanque TQ025102C (CUTIL) no turno de 19×07, com o óleo sendo contido na proteção primária.
A partir disso, a CIPA local enviou e-mail à gestão local, cobrando informações sobre o sinistro e a formação de uma comissão de investigação, mas não obteve nenhuma resposta. Somente agora, um mês depois do acidente, a representação da Petrobrás se mexeu.
Ainda no documento de resposta, o RH da Petrobrás informa que “no dia 08/04/2021, após o teste de rotina do gerador de emergência, verificou-se a necessidade de realizar a manobra de enchimento do tanque de diesel do respectivo gerador. Durante a manobra operacional de transferência, o tanque extravasou através do dispositivo de segurança e o inventário vazado ficou contido na bacia de contenção” – informa com contradição sobre a data do sinistro.
Sobre o acidente ocorrido há mais de um mês, a Petrobrás finalmente informa: “Conforme protocolo, realizamos a classificação da anomalia através de equipe técnica com posterior abertura de RTA. Conforme cláusula 74 do Acordo Coletivo de Trabalho vigente e Padrão Corporativo do SMS – PP-1PBR-00150” – explicando oficialmente.
Em em abril, após o vazamento, não ocorreu nenhuma comunicação da empresa sobre o sinistro. A ocorrência, pela potencialidade que tinha, deveria ter gerado uma convocatória imediata de uma Comissão para Investigação em que o Sindicato deveria estar representado.
Não bastasse a demora em dar esclarecimentos sobre o vazamento no CENPES, a direção da Petrobrás simplesmente não envia o link para uma reunião oficial virtual de uma Comissão de Investigação de acidente.
Diante disso, o Sindipetro-RJ cobra seriedade e compromisso com a investigação do sinistro do CENPES. É inadmissível que a direção da Petrobrás demore tanto em responder à situação, inclusive, postergando o convite aos trabalhadores para ajudar nos trabalhos e busca das causas e as explicações técnico-administrativas sobre este acidente que apresenta potencial importante de risco diante dos protocolos rigorosos de SMS. Pelo jeito, o método de gestão do governo Bolsonaro de “incompetência proposital”, que negligencia vidas no Brasil, como no caso da pandemia da COVID-19, já está sendo aplicado na gestão do general Joaquim Luna e Silva.
Essa não é a Petrobrás que construimos , e que executa atividades de risco. Não podemos deixar que nosso dia a dia seja contaminado com o mesmo descaso que ora assistimos no frouxo e inaceitável combate à pandemia que nos dizima aos milhares..