Transporte no CENPES: contratado está fora, não pode mais

Medida que ainda não foi comunicada oficialmente afeta trabalhadores de novos contratos que não estão sendo contemplados pelo serviço

Trabalhadores terceirizados que atuam no CENPES receberam a notícia de que não podem mais utilizar o serviço de transporte de ônibus disponibilizado pela Petrobrás. A informação foi dada pelos motoristas nesta terça-feira (04/01), após a viagem de volta.

“Acho a decisão inadequada, pois, mesmo já disponível uma melhor alternativa, expõe os colaboradores terceirizados a uma condição de transporte menos segura (transporte público) ou mais cara (meios próprios). O deslocamento de todos os trabalhadores (próprios ou terceirizados), em um meio de transporte único, contribui para a integração da força de trabalho.” – avalia um trabalhador próprio da Petrobrás que preferiu o anonimato.

Próprios tiveram transporte suspenso por extinção de linhas

Já antes da pandemia, em 2020, a direção do CENPES informou a extinção de linhas que faziam o serviço de transporte para municípios da Baixada Fluminense e Grande Rio (Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo). Na época, a direção da Petrobrás justificou a medida para reduzir custos, pois havia poucos petroleiros próprios a serem transportados a partir destas regiões. Mas essas linhas possuíam assiduidade por conta dos contratados. “Desde então, muitos têm vindo por conta própria, com carro ou transporte público, saindo às vezes de casa às 4h30 para chegar aqui no CENPES às 7h30. Isso tudo é um absurdo e falta de isonomia total!” – conta uma trabalhadora da unidade.

Além do problema da localização remota do CENPES, com poucas vias de acesso, o que propicia intensos engarrafamentos, o entorno possui uma região com problemas de segurança pública, como o Complexo da Maré. Os trabalhadores próprios e terceirizados que possuem veículos sofrem com os preços absurdos dos combustíveis.

Decisão aumenta risco de contaminações

Somado a esses fatores existe a questão da insegurança com relação a COVID-19, pois se cada um usa um meio de transporte diferente, e lotado, a probabilidade de contágio aumenta muito. Isso sem falar no aumento de acidentes de trajeto, também por conta dos dias de intensas chuvas.

“O problema do transporte é um desgaste para esses trabalhadores. Isso afeta o empenho e a produtividade de todos, terceirizados e próprios.” – afirma um empregado da Petrobrás.

O Sindipetro-RJ vai formalizar um questionamento sobre a medida que afeta em demasia os terceirizados do CENPES. Não bastasse o atraso rotineiro de salários, esses trabalhadores ainda ficam à pé no momento do seu deslocamento. Um absurdo!

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