Surto de COVID e a Petrobrás de Bolsonaro: Crônica de um descontrole induzido
Desde o final de setembro, a justiça confirmou o óbvio, entendendo os riscos que o Sindipetro-RJ precisou apontar via ação judicial, uma vez que a gestão se negou a dialogar com o sindicato sobre os problemas do retorno presencial. A decisão do processo definia uma série de medidas protetivas como condições para o retorno.
Agora, a gestão se mostra irredutível novamente, simplesmente forçando o retorno presencial de todas as ondas previstas justamente no momento em que há novo surto , explosiva contaminação.
Como se não bastasse tudo isso, a gestão vem deixando de cumprir a decisão, colocando em risco a saúde e até mesmo a vida dos Petroleiros e das pessoas com quem interagimos.
Dentre os descumprimentos da decisão e trapaças identificadas até agora, destacam-se:
– Sonegam a informação da obrigatoriedade de distribuição de máscaras, que foi exigida pela justiça;
– Interromperam a medição de temperatura na entrada;
– Não estão higienizando equipamentos de uso comum;
– Não estão mantendo o distanciamento – há disponibilidade de 4 vagas por baia;
– Não há fiscalização para impedir que pessoas não usem a máscara no ambiente de trabalho;
– Em plena crise, anunciaram a desmobilização do EOR;
– Refeitórios sem janelas;
– Não há qualquer preocupação com os Petroleiros que coabitam com pessoas de grupo de risco ou crianças ainda não vacinadas; e
– Há casos de pessoas de grupo de risco que trabalharam por falta de orientação adequada dos gestores.
Sobre este último ponto, uma análise simples do quadro comparativo entre os critérios para as diferentes bases, divulgado pela própria gestão, evidencia um verdadeiro escândalo.
Como o próprio nome já diz, trata-se de “grupo de risco”. Sabemos que riscos devem ser mapeados e tratados. O tratamento pode ser de prevenção (para eliminá-lo) ou de mitigação (para reduzi-lo) ou ainda de aceitação. O fato da gestão não perseguir a prevenção é gravíssimo, sobretudo porque o impacto do risco é a vida! A coisa se agrava quando a decisão judicial reforça esse entendimento e eles cumprem a contragosto, mantendo esse tratamento inconsequente para o restante da força de trabalho fora da abrangência do Sindipetro-RJ!
Não por acaso, como fruto dessa inconsequência bolsonarista, os números de infectados e contaminados dos últimos dias dos edifícios do RJ explodiram. A mídia já noticia que até os serviços de telemedicina disponibilizados por planos de saúde já registram grandes filas, mostrando como o atendimento em geral já apresenta colapso.
Os gráficos abaixo, com fonte nas informações dos boletins semanais de acompanhamento da própria gestão, não deixam dúvida: vivemos um descontrole induzido pela gestão.
Um mínimo de sensatez já fez o BNDES e a Eletrobrás voltarem atrás no retorno presencial. Até quando vai imperar a irracionalidade dessa gestão?
O Sindipetro-RJ questiona judicialmente a suspensão do retorno presencial, aguardando a decisão quanto ao mérito da questão.
Não se esqueça de assinar o abaixo-assinado e responder a enquete.
[Links do abaixo-assinado e enquete]
Procure a comissão de base do seu local de trabalho, reúna os colegas da categoria para apurar e evidenciar esses e outros absurdos, mobilize-se!
[Link da filiação sindica0l]