KM está demitindo no GASLUB e não cumpre contrato com a Petrobrás

Centenas de terceirizados estão perdendo seus empregos e obra poderá sofrer atraso de um ano

Sabe aquela empresa que não aceitou fazer o pagamento do adicional de periculosidade aos seus empregados no GASLUB? Sim, é a Kerui Método Construção e Montagem (KM).

Saiba mais: https://sindipetro.org.br/mp-adicional-periculosidade-gaslub/

O Sindipetro-RJ apurou que a KM começou a demitir metade dos seus 2.200 trabalhadores que prestam serviços no GASLUB. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Montagem e Manutenção Industrial de Itaboraí e São João da Barra (Sintramon), as demissões já começaram a ocorrer. A KM alega não ter condições financeiras para repor suprimentos necessários ao trabalho e por isso estaria demitindo metade dos seus empregados.

Trabalhadores sacrificados

Denúncias recebidas pelo Sindipetro-RJ apontam que a KM é mais uma empresa que fecha contrato com a Petrobrás, recebe o pagamento, mas começa a alegar dificuldades financeiras, podendo vir a abrir falência e abandonar o serviço. E ainda pior: no caso da KM, parece que a Petrobrás pagou inclusive os adicionais contratuais que se fizeram necessários. E, as obras podem atrasar em até um ano o calendário planejado de construção da UPGN, que é aguardada com a expectativa de aumento de 10% da oferta de gás natural pro País.

E o dinheiro que a KM já recebeu? E o salário dos empregados? E os direitos e sofrimento dos demitidos?

História de abandonos

Muitas histórias cercam o GASLUB. O empreendimento tornou-se famoso como Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e este ano está completando 12 anos de suas obras inacabadas: a refinaria e a UPGN! O novo nome de GASLUB foi dado, em 2020, no intuito desse governo de enterrar de vez o projeto de refinaria em Itaboraí, depois de ter sido alvo de investigações sobre corrupção, alterando o propósito de Complexo Petroquímico para uma Unidade de Processamento de Gás Natural.

Os custos envolvem bilhões, mas as obras nunca foram levadas conforme projetadas. No governo Bolsonaro, o investimento em uma refinaria foi paralisado para priorizar a planta de processamento de gás natural.

A aposta privatista na terceirização

Enquanto a hierarquia privatista na Petrobrás gasta milhões com a terceirização de atividades, criando brechas cada vez mais profundas para a precarização, essas empresas continuam descumprindo contratos e fazendo a festa.

Existe demanda para o preenchimento de diversas vagas em várias áreas da estatal, mas a prioridade tem sido a contratação de empresas ao invés da realização de concursos públicos.

É fato que essas empresas, muitas vezes são manipuladas por cartéis formados pelas próprias empreiteiras, na maioria dos casos estão sempre descumprindo contratos com a Petrobrás, abrindo falência e deixando só prejuízos na conta da estatal. E, no relacionamento com os seus empregados, são empresas que costumam pagar salários de fome, desrespeitar direitos, expor a saúde dos trabalhadores e aplicar tratamentos inaceitáveis através de todo tipo de assédio. É lamentável!

Saiba mais:
Sucateado, GASLUB sofre com muitos problemas e abandono do poder público
https://sindipetro.org.br/gaslub-sofre-com-abandono-poder-publico/