Cadê a famosa canetada, que os governantes tanto gostam de usar contra o povo, para decretar o fim do PPI?
Depois de um feriadão movimentado com debates intensos sobre o novo aumento do preço dos combustíveis e a indicação de troca na presidência Petrobrás de José Mauro Ferreira Coelho para Caio Mário Paes de Andrade, ambos designados pelo próprio governo, lideranças de partidos se reúnem nesta segunda (20) na Câmara de Deputados no Congresso para discutirem medidas para conter os reajustes nos preços dos combustíveis. Entre elas, a proposta de Bolsonaro para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobrás.
Na manhã desta segunda (20), a Petrobrás anunciou a renúncia de José Mauro Ferreira Coelho e a nomeação do Diretor Executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges, como presidente interino da Companhia.
Apesar da dolarização dos preços dos combustíveis estar sendo praticada pela Petrobrás desde 2016 para facilitar os lucros dos importadores com a adoção do Preço por Paridade de Importação (PPI), somente agora, o governo Bolsonaro começou a usar o assunto na mídia, jogando a responsabilidade para os dirigentes da estatal, apesar do governo como maior acionista da Petrobrás ter nomeado seis dos 11 nomes que compõem o Conselho Administrativo da empresa.
Objetivo é mudar a opinião pública e privatizar
A pouco mais de quatro meses das eleições e conhecendo o favoritismo do povo para que a Petrobrás permaneça sendo uma estatal, o governo joga campanha contra a empresa na tentativa de alterar a opinião pública. Bolsonaro chegou a soltar que a “Petrobrás é a maior inimiga do Brasil”. Mas, sua primeira medida ao assumir a presidência foi privatizar a BR Distribuidora e dar início ao plano de Guedes de vender o parque de refino. Por outro lado, no exterior, uma CPI da Petrobrás também afetaria a imagem da petrolífera, facilitando a baixa de valor de mercado para a concretização do desmonte e venda da empresa.
Parecendo já estar apagando as luzes do governo Bolsonaro, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que preside a casa pelas mãos de Bolsonaro, resolveu junta-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na empreitada para engrossar a privatização da estatal, que tem sido, até então, feita aos pedaços. Lira pediu a desestatização através de Projeto de Lei (PL) que quer colocar em votação por maioria simples na Câmara e dispara frases de efeito, no estilo bolsonarista de ser, como: “Se a Petrobrás decidir enfrentar o Brasil, ela que se prepare”.
Mobilização petroleira
O Sindipetro-RJ está na luta contra a privatização, pela desprivatização e por uma Petrobrás 100% estatal para que o lucro que hoje vai para a União passe a ser usado em benefício do povo brasileiro. E, como já anunciaram os petroleiros, se os ataques continuarem a resposta será com uma grande greve!