O Brasil e a Petrobrás vivem o processo de transição, em que Lula alinha a estrutura de gestão de seu governo, após quatro anos de um verdadeiro cataclisma neoliberal comandado por Bolsonaro e Paulo Guedes. Agora vamos saber o que virá pela frente, e se as promessas para a Petrobrás serão cumpridas
Enquanto a equipe de Lula tenta preparar o terreno para se inteirar do que vai administrar nos próximos quatro anos, uma ampla parcela da categoria petroleira, espera que as promessas de campanha sejam cumpridas como o fim do teto de gastos e o encerramento do processo de desmonte e privatização do sistema Petrobrás que foi intensificado com o governo que sai. Assim, o Sindipetro-RJ cobra desde já não apenas as promessas de campanha, mas também a nossa pauta geral aprovada a partir do programa de 10 pontos votado no Congresso da FNP.
Nomes especulados, gente comprometida com os inimigos da Petrobrás
As especulações de nomes para presidir a Petrobrás já começaram, alguns nomes que apontam na grande mídia andam a tiracolo com Lula, como o do senador Jean Paul Prates (PT-RN), por exemplo. O nome dele, logo após a vitória de Lula no segundo turno, recebeu duras críticas da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), por ter no passado defendido a privatização da Petrobrás. Caso o nome do senador seja confirmado, será que ele abandonará suas ideias entreguistas do passado? Veja o link https://bit.ly/Aepet-JPP
A transição da Petrobrás está a cargo do grupo da área de Minas e Energia, coordenada pelo senador Prates e por Maurício Tolmasquim, professor da COPPE/UFRJ.
O grupo de Minas e Energia, além de Jean Paul Prates e Tolmasquim, é integrado por outras 10 pessoas, entre representantes da sociedade civil, movimentos sociais e categoria petroleira.
Seis anos de esquartejamento da Petrobrás
Vale lembrar que a partir do ano de 2015 foi anunciado o programa de desinvestimentos da Petrobrás, ainda no governo de Dilma Roussef, que foi duramente implementado e ainda piorado pelos governos de direita que assumiram logo depois. Desde aquele ano já foram vendidos mais de R$ 280 bilhões em ativos. Além de que, a partir da Lei de Partilha e com informações da Pré-Sal Petróleo – atualizadas até dezembro de 2021, 14 multinacionais já se apropriaram de 61,4% das reservas do Pré-Sal brasileiro que foram licitadas, ficando com a Petrobrás apenas 38,6%. A Shell e BP já acumulam reservas superiores à Petrobrás. Os dados são do Observatório Social do Petróleo, em levantamento feito pelo economista Eric Dantas, divulgado em fevereiro último.
É bom ficar de olho, os votos em Lula ajudaram a derrubar o projeto autoritário e entreguista de Bolsonaro e Paulo Guedes, mas a luta da categoria petroleira em defesa da Petrobrás não cessou. O capital e a burguesia seguem em sua sanha contra a Petrobrás, para eles não é problema mudar de lado para garantir seus ganhos e sugar a maior empresa do país.
Que Lula não se deixe enganar pelos lobos que vestem pele de cordeiro, e cumpra o que prometeu ao futuramente mudar a política de preços da empresa, a famigerada PPI – Preço de Paridade de Importação, que suga rios de dinheiro para acionistas da Petrobrás. Além disso, é preciso retomar um projeto de desenvolvimento sustentável que respeite o meio ambiente, e sobretudo, os direitos da categoria petroleira que ao longo dos anos sofreu com pesados ataques aos direitos dos trabalhadores ativos e aposentados, perpetrados saqueadores neoliberais que se apossaram da Petrobrás nos últimos governos.