“Prates deve parar as vendas de ativo, terceirizações e desmontes imediatamente”

Na estreia da temporada 2023 do podcast Lado B do Rio, o diretor do Sindipetro-RJ e coordenador-geral da FNP, Eduardo Henrique fala sobre as principais reivindicações dos petroleiros e a Petrobrás

Diante de um novo governo que traz uma ampla composição, Eduardo Henrique ressaltou a importância de ser mantida a “independência de qualquer partido ou governo para organizar os trabalhadores para lutar por objetivos que, em sua maioria, são também objetivos da população brasileira”.

Eduardo Henrique acrescentou que não à toa as questões da Petrobrás ocupam as manchetes diariamente, como a recente escolha de seu presidente, e estiveram no debate do segundo turno das eleições.

Preço dos combustíveis

O sindicalista afirmou que, apesar do programa desse governo, desde as eleições, estar comprometido em abrasileirar o preço dos combustíveis, a proposta já defendida pelo presidente interino na empresa, Jean Paul Prates, é a de não desvincular o preço do mercado internacional. Nesse tema, a proposta da FNP é pelo “fim do PPI com a desvinculação da cotação internacional e composição dos preços a partir dos custos de produção, a criação de um imposto sobre exportação de óleo cru; e não fazer estabilização às custas de dinheiro público”.

Privatização fatiada

Eduardo Henrique explicou que não adianta só retirar a empresa do programa de privatização, como Lula já fez através de decreto em sua posse, mas que é preciso barrar a privatização fatiada que vem ocorrendo há décadas com a Petrobrás. E citou, por exemplo, a conclusão da venda no final do mês de janeiro do campo de produção Albacora Leste, na Bacia de Campos, e a venda em curso de outros 20 campos de petróleo no Nordeste: “Prates vai parar as privatizações ou não? Esperamos que sim! E que não apenas pare com esse processo, como retome as vendas que foram feitas de forma inclusive fraudulenta”.

Indicações questionáveis

“Por causa do histórico de empresário, autor da Lei do Petróleo, consultor de multinacionais, entre outras informações curriculares de Jean Paul Prates, Eduardo Henrique disse que ele “é uma incógnita na presidência da estatal”.

Terceirização

Eduardo Henrique falou ainda sobre os sérios problemas que as prestadoras de serviços na Petrobrás causam aos seus empregados, além dos prejuízos à estatal e que o que se deseja é a “revisão e nova orientação para contratos de serviços, garantindo piso próximo ao do ACT da contratante e direitos como plano de saúde, transporte, periculosidade, entre outros”.

Primeira reunião foi ato simbólico

Na entrevista, a jornalista Fernanda Castro pediu uma avaliação sobre a primeira reunião, no dia 27/01, entre a FNP, com participação de diretores do Sindipetro-RJ, e Jean Paul Prates.

Para Eduardo Henrique, além do aspecto mais importante de ter sido a abertura de um canal de diálogo, depois da falta de negociações na gestão bolsonarista, existem fatores que se destacaram na reunião como as reivindicações de abertura de concurso para cargos onde a FNP defende a priorização para os de nível médio para recompor o operacional que sofre com a drástica redução de efetivo atual; e a interrupção de centralização da estatal no RJ e SP para que ela volte a estar presente em todas as regiões do país.

E completou: “Entregamos um programa de 10 pontos da Petrobrás para os Brasileiros e estamos aguardando a próxima reunião a ser agendada para a apresentação de toda a nova diretoria para darmos continuidade às negociações”.

Ouça a entrevista completa e compartilhe: https://www.central3.com.br/noticias-132-o-futuro-da-petrobras-no-governo-lula/