Eduardo Paes se mete onde não é chamado

O Sindipetro-RJ/FNP refuta as declarações do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que em seu Twitter disse que o retorno presencial dos empregados da Petrobrás, que atuam nos prédios administrativos da empresa no Centro do Rio era certo

 

 

Conforme acolhido pelos congressos do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), realizados em 2022, as entidades deliberaram a incorporação do teletrabalho ao processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, não reconhecendo a armadilha dos acordos individuais sobre o tema, incluindo neste bojo a situação dos trabalhadores transferidos de outras regiões. Isso ainda foi reafirmado ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, na reunião realizada com a FNP e seus sindicatos filiados em 27/01.

Cabe ainda lembrar que neste encontro com Prates, o Sindicato apresentou um pedido para que os trabalhadores PCDs pudessem cumprir o teletrabalho de forma integral. Demanda que também será analisada pela nova gestão.

O Sindipetro-RJ/FNP aguarda o novo gestor de RH da Petrobrás para reforçar a necessidade de implantação negociada e em definitivo do teletrabalho.

Cada um no seu quadrado

Eduardo Paes parece fingir não ver que o Centro do Rio, sob responsabilidade de sua gestão como prefeito, apresenta um total abandono no sistema de coleta de águas pluviais neste verão. O prefeito sabe que a região central da cidade, onde funciona a sede atual da Petrobrás, o EDISEN, se transforma em uma literal piscina de lixo e esgoto como aconteceu no dia 07/02, após um temporal, com os funcionários, próprios e terceirizados, ilhados no prédio.

É necessário, sim, revitalizar o Centro com investimento em cultura, turismo, transporte e infraestrutura. É preciso melhorias no escoamento de água, na ampliação de bueiros e na coleta de lixo. A última semana demonstrou, de forma vergonhosa, o despreparo da cidade diante do aumento das chuvas, inclusive por falta de atuação do poder público nas causas da crise climática. O Centro ficou um caos!

Que a Prefeitura do Rio de Janeiro sane primeiro os problemas básicos de uma grande cidade como o escoamento pluvial, de uma região importante que concentra grandes empresas como a Petrobrás. Eduardo Paes lança mão de um recurso que os cariocas conhecem bem, os factoides que agora são utilizados em mídias sociais. Então, retorno presencial dos empregados da empresa é factoide ou fakenews, se é assim que uma mentira pode ser chamada. Pelo menos se imaginou que esse tempo teria acabado em 30/10/22.

Resposta de Prates

Na quarta-feira (15/02), em resposta a Eduardo Paes, o presidente da Petrobrás disse “O expediente segue respeitando os interesses da companhia e trabalhadores”, ou seja, com o trabalho híbrido ainda prevalecendo. Prates ainda alfinetou o prefeito do Rio, pedindo que a sede da Petrobrás não sofra mais com os alagamentos e bueiros entupidos.

 

 

Na “saia justa” Eduardo Paes respondeu ao tweet de Jean Paul Prates, sugerindo que governos anteriores do PT gastaram uma fortuna para construir o EDISEN, indicando que o projeto inicial da obra previa um piscinão na região. Além disso, Paes propôs uma auditoria para saber o que aconteceu com o projeto inicial.

 

 

O alcaide falastrão

Certamente, o prefeito sabe, e muito bem, que há um piscinão (ao lado do EDISEN), atrás dos casarões que foram restaurados na época da obra do prédio, que aliás não pertence à Petrobrás e sim, à WTorre Empreendimentos Imobiliários S/A. A Petrobrás, no caso, é uma inquilina, desde 2013, que paga um aluguel anual à construtora pelo uso das torres.

O fato é que se Eduardo Paes soube de corrupção na obra da WTorre e na relação com a Prefeitura do Rio da época e, depois no contrato de aluguel do EDISEN, aí com a Petrobrás, e não tinha denunciado nada até agora ou insinuado, como fez no seu tweet, prevaricou como prefeito desde lá até agora.

Ações de fato

O Sindipetro-RJ cobra de Jean Paul Prates e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que deixem as redes sociais, no caso o Twitter, e trabalhem para assegurar que os trabalhadores da região não fiquem ilhados sem poder se deslocar, por conta dos efeitos das chuvas e inundações, causadas, principalmente, por falta de conservação pública. E lembremos do interesse da categoria pela ampliação do teletrabalho e segurança de que não vai ficar ilhada pelas imediações do EDISEN. Esse é “só” mais um dos problemas do Centro do Rio.

 

Imagem em destaque – Twitter Eduardo Paes

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