País possui petróleo, parque de refino estatal e ativos que foram privatizados em transações que precisam ser revistas – como a BR Distribuidora – que podem impedir precificação injusta aos brasileiros
Finalmente, na terça (16), a Petrobrás anunciou o fim da famigerada política de precificação, como se todo nosso combustível proviesse de importação, que vinha utilizando desde 2016. Mas, ainda usará a referência do mercado internacional no seu modelo de preços e competição.
Desde 2016, durante todo o período de uso do PPI (Preço de Paridade de Importação) pela Petrobrás, o Sindipetro-RJ protestou. Foram longos anos de manifestações na porta de edifícios da empresa, em refinarias, entrada de terminais; foram distribuídos impressos e divulgadas as mais diversas mensagens eletrônicas; houve passeatas; e a Campanha Solidariedade Petroleira levou a comunidades em situação vulnerável botijões a preços subsidiados e informações sobre os malefícios do PPI.
Caos dolarizado
A retomada do crescimento econômico global em 2021, após a chegada da pandemia de COVID-19 em 2020, causou a disparada no preço do barril de petróleo no mercado internacional.
A maléfica manutenção do PPI pela direção de ultradireita na Petrobrás levou os brasileiros a amargarem preços astronômicos por gasolina e diesel, desencadeando inflação explosiva em toda a economia do País.
Vimos reajustes praticamente semanais, acompanhando o câmbio do dólar, sugando o poder aquisitivo dos trabalhadores e reduzindo a competitividade dos demais setores da economia nacional.
E ainda ao mesmo tempo em que aumentava o número de brasileiros esfomeados, ativos da Petrobrás eram privatizados como a Refinaria Landulpho Alves, a BR Distribuidora, a Liquigás e campos de petróleo, entre outros. É fundamental que sejam feitas as reversões dessas vendas que afetam abertamente a capacidade e o interesse do Brasil de tornar-se autossustentável no setor.
Resumindo, destruíram o Sistema Petrobrás e obrigaram os brasileiros a viverem uma crise, mesmo sendo o Brasil um país exportador líquido de petróleo e com um parque de refino próprio e em expansão. Inacreditável!
Primeiro passo
O descarte do PPI reduz o saque aberto contra a economia nacional. No entanto, a Petrobrás já não é a única empresa do setor há tempos. Muito pelo contrário. Sua participação (2/3) na produção nacional de óleo e gás deve continuar se reduzindo. O que exige medidas saneadoras e estruturantes para o setor. A exemplo da retomada dos ativos privatizados, do aumento de investimentos pela Petrobrás ou da instituição de uma política de tributação de exportações de petróleo a fim de garantir incentivos à industrialização, ao refino, bem como financiar um patamar menor de preços, internamente, para que, diretamente, a população e toda a economia se beneficiem das vantagens competitivas que desenvolveu e detém: a Petrobrás Estatal e Pública e da produtividade das Reservas do Pré-Sal – bens públicos.
A empresa volta a poder competir no mercado interno e quer atuar com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes através de um custo alternativo ao cliente que contemplará todas as possibilidades que a estatal puder explorar, considerando a participação da Petrobrás e o preço competitivo em cada mercado e região e já apontou que “os reajustes continuarão a ser feitos sem periodicidade definida”.
Os financistas e pretensos liberais não gostaram nem da volta da concorrência no mercado de petróleo e gás, pelo fim da intervenção do Governo impondo a PPI contra a Petrobrás. Muito menos vão gostar da Estatal Petrobrás poder passar a ser gerida novamente como empresa estatal, visando os maiores interesses públicos e necessidades estratégicas para o desenvolvimento do país.
Vamos em frente. O momento é de mobilização entre os trabalhadores, atento às notícias e antenado com as lutas em curso por melhorias e mudanças de verdade!
Por uma Petrobrás 100% estatal para e pelo povo brasileiro!