Federação defende saúde mental dos petroleiros e pede prioridade para solução coletiva dos problemas de transferidos
Empresa não aceita estabelecer permissão coletiva para o trabalho em imóvel deslocado e mantém restrições a ampliação do público alvo da Carta Compromisso, querendo discutir soluções individuais.
Nesta quinta (22), em reunião solicitada pela FNP com a direção de E&P da Petrobrás, no Edifício Senado, no formato híbrido, foram tratados temas referentes à Saúde e Transferência.
Os representantes sindicais explanaram que o tema é preocupante especialmente no setor de E&P, porque há muitos casos que não foram contemplados ainda com registros diários de licenças médicas.
A FNP pontuou que as políticas de destruição implantadas na Petrobrás na gestão passada quando muitas das transferências foram impostas em unidades que foram desativadas, visando a privatização, adoeceram muitos petroleiros, como ocorreu, por exemplo, no Nordeste e que não é justo a empresa não oferecer uma garantia a todos que estão nesta situação.
Reparação
Mesmo com o Termo de Compromisso de Transferências, negociado com a empresa, ainda há empregados que estão sofrendo problemas de saúde e não estão contemplados pelo Termo.
Conheça o documento: https://sindipetro.org.br/wp-content/uploads/2024/01/Carta-RH-RS-318-2023-FNP-Termo-de-Compromisso-Transferencia-Abrangencia_docx.pdf
A FNP também chamou a atenção para os prejuízos que a empresa pode sofrer, perdendo muitos profissionais qualificados do E&P, que já buscam vagas em outras Diretorias, porque não há chances de imóvel deslocado no E&P.
Apesar de ter afirmado ser sensível ao assunto, o diretor de E&P, Joelson Falcão, adiantou que não é a favor da ampliação do público no Termo – que é restrito a 1.500 empregados e estabelece prazo de dois anos de espera para o atendimento.
Falcão também posicionou-se contra o imóvel deslocado para empregados do E&P, justificando que trata-se de trabalho cíclico, que muitas áreas exploratórias já estão na parte final do ciclo, e que o trabalho remoto inclusive piora esse trabalho. E acrescentou que se o empregado quer optar por sair do E&P para ficar junto à família, ele entende, mas isto não afetará a empresa: “Vamos repor este empregado. Vamos realizar concurso todo ano”.
A realidade do teletrabalho
A FNP rebateu a posição do diretor da empresa, mostrando que é preciso sempre valorizar a força de trabalho qualificada, de excelência, que a Petrobrás possui; que um novo petroleiro precisa passar por alguns anos de treinamento; e que há vagas para o procedimento das transferência como, por exemplo, na área da Margem Equatorial, entre outros, mas mesmo assim a empresa, por intransigência, não está aceitando transferências para as regiões Norte, Nordeste e demais regiões.
A Federação também declarou que há o cumprimento do trabalho presencial com imóvel deslocado na empresa e que, por motivo algum, o trabalho deixa de ser cumprido com excelência na empresa. E que no ambiente virtual nenhuma ideia ou convivência deixa de acontecer. A Federação completou, denunciando, que há, inclusive, reuniões on-line com vários empregados numa sala de escritório presencial, enquanto poderiam estar junto da família no estado de origem, atuando em imóvel deslocado.
Situação que realmente é adoecedora para qualquer ser humano!
O RH acompanhou a reunião e se comprometeu a realizar estudos sobre casos que estejam aliados ao programa Sentinela (recebe casos de saúde que necessitam de soluções imediatas).
Para a FNP, o prazo de dois anos do Termo não é aceitável para o atendimento dos pedidos dos transferidos, assim como a não inclusão de todos os transferidos que precisam de respostas e a não flexibilização do teletrabalho.
É pela saúde dos petroleiros!