“Petrobrás é só alegria” para os acionistas!

Para o Sindipetro-RJ, destoando do que a presidente da estatal disse, Petrobrás não é “só alegria” e situação fica ainda pior com uma gestão que prioriza “colocar petróleo e gás no bolso” dos acionistas, desprezando necessidades dos brasileiros

Na manhã desta sexta (22), numa apresentação instagramável, a direção da Petrobrás resumiu o Plano Estratégico (PE) da estatal para 2025-29, que traz, mais uma vez, visão e missão alinhadas com o mercado onde prevalecem os interesses dos acionistas privados.

Ao discursar, a presidente da empresa, Magda Chambriard, deixou bem explícito que o objetivo principal da Petrobrás é o de “dar retorno ao acionista”, mantendo números escandalosos sobre a distribuição de lucros.

Em 2024, até agora, a empresa registrou lucro de R$ 53,6 bilhões e pagou R$ 64,14 bilhões em dividendos! Um escândalo!

A farra dos acionistas: mais dívidas para entregar mais dividendos

Os investidores, logicamente, estão comemorando este PE que reduziu a exigência de caixa mínimo para US$ 6 bilhões e, ao mesmo tempo, aumentou o teto da dívida bruta para US$ 75 bilhões. Segundo analistas da XP, que representam interesses do capital, “esses anúncios são positivos, porque eles permitem mais flexibilidade para a Petrobrás de momentaneamente ultrapassar esse limite, inclusive no pagamento de dividendos extraordinários”.

Por outro lado, a parcela que cabe à União está destinado, por Lei, ao pagamento de dívida, deixando de ser usado para prover as necessidades do povo e ainda temos o famigerado Arcabouço Fiscal do governo Lula que aprofunda cortes em orçamentos já irrisórios à Saúde e Educação, por exemplo, instaurando uma política que se sustenta internamente em privilégios aos interesses dos privatistas e externamente em benefícios ao capital internacional.

Abandono da pesquisa

Sobre a tão importante pauta de transição energética, o PE destina um parco bilhão (aproximadamente 2% do que planeja entregar em dividendos) à pesquisa em pontos renováveis demonstrando, por exemplo, o distanciamento desta gestão ao desenvolvimento de Ciência & Tecnologia, mantendo o CENPES entregue ao sucateamento, privatização e terceirização.

Historicamente, os trabalhadores do CENPES vem defendendo mais investimentos e vão continuar combatendo todas as condições impostas pelos dirigentes da empresa que vêm destruindo o Centro de Pesquisas. Reage CENPES!

Nada sobre o efetivo!

Num desrespeito total com a força de trabalho, que é a responsável por toda a geração da riqueza apresentada pela Companhia, em nenhum momento a presidente da estatal falou em novos concursos e reposição de efetivo.

Uma categoria que, em comparação com o resto do mundo, é superexplorada e recebe salários baixos, conforme demonstra pesquisa realizada pelo Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (ILAESE). Conheça: https://sindipetro.org.br/wp-content/uploads/2024/10/Comparativo-Remuneracao.pdf

Os problemas causados pela redução de efetivo, há tempos vêm sendo alertados pelos operadores em denúncias sobre a caótica situação em terminais e refinarias.

Também sequer foram citados investimentos em SMS.

Este ano, houve acidentes fatais e foram realizados inúmeros atos e atrasos que culminaram na Jornada Unificada das duas federações, mobilizando os petroleiros em todo o País entre os dias 18 e 22/11. A luta será ainda mais intensificada, Magda!

16 navios em 5 anos!

Durante todo o período deste PE, a projeção, por exemplo, é de construção de apenas 16 navios pela Petrobrás, impulsionando novos contratos de prestadores de serviços, sem falar em afretamentos, quando a estatal deveria impulsionar a geração de empregos.

Enfim, é um PE longe de refletir a necessidade dos petroleiros, suas melhores condições de trabalho e aumento de efetivo, não aponta para a empresa desenvolver tecnologia de forma soberana, não tem foco em gerar empregos. Em suma, é um programa estratégico feito para o acionista e não para o trabalhador brasileiro.

Por uma Petrobrás 100% estatal para e pelo povo brasileiro!

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