Trocando o óleo: Petrobrás volta a Fórmula 1

A Petrobrás está de volta à Fórmula 1. O anuncio foi feito recentemente em coletiva de imprensa com a presença do novo gerente executivo de comunicação e marcas da companhia, Bruno Motta. O contrato, assinado com a escuderia britânica McLaren é uma parceria tecnológica de desenvolvimento de combustível e lubrificantes de alta performance para uso oficial a partir de 2019. Já em 2018, a marca da Petrobrás estará nos carros, capacetes e macacões dos pilotos, em uniformes dos mecânicos e em um laboratório da empresa nos boxes da equipe. Segundo Motta “Esse acordo está totalmente alinhado ao nosso posicionamento de marca, que valoriza o conhecimento e nossa capacidade técnica única para desenvolver soluções”.

Especialista em publicidade com mestrado em marketing, Bruno Motta, chega à Petrobrás com vasta atuação no ramo automobilístico. Ex-executivo da Shell no Brasil e internacional com passagens pelo Reino Unido, Holanda e Suíça, onde tornou-se VP Brand e CEO da Shell Brands Internacional, responsável pela propaganda global, promoções, planejamento e compras de mídias, patrocínios e licenciamento global da marca. Durante esta trajetória aproximou-se do italiano Francesco Orlando, cientista político e diplomata, gerente de relações públicas da Ferrari na década de 1990. Francesco é sócio fundador da Fair Play Business Evolution Consulting, em cujo site a empresa apresenta a McLaren como uma de suas clientes (http://www.fairplayconsulting.com/ references/). Já Bruno Motta, aparece com sócio sênior, na empresa (http:// www.fairplayconsulting.com/it/team/ bruno-motta/).

Outra referência a Bruno Motta e sua influência no meio automobilístico aparece no livro “Ayrton, o herói revelado”, do jornalista Ernesto Rodrigues, onde conta-se que o então diretor de marketing da Shell no Brasil a pedido do pró- prio Ayrton, fechou contrato de patrocínio exclusivo só para o Grande Prêmio do Brasil. Na época foi preciso também conseguir convencer o Banco Nacional a ceder um espaço para publicidade no macacão do piloto, transação auxiliada por executivos da TV Globo. Também participaram da coletiva Hugo Repsold, diretor de desenvolvimento de produção e tecnologia da Petrobrás; Jonathan Neale, diretor de operações da McLaren; e John Cooper, diretor comercial e financeiro da McLaren. De acordo com Repsold a parceria será um importante laboratório para testar novas fórmulas de combustíveis e lubrificantes devido às condições extremas às quais os motores são expostos na fórmula 1. “Depois de testados nos seus limites, os novos combustíveis e lubrificantes serão utilizados nos automóveis convencionais e aplicados no dia a dia dos nossos consumidores”, afirmou.

Segundo matéria da UOL (http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/ por-reputacao-mundial-petrobras-assina-com-mclaren-na-f1_33992. html#ixzz59HrqgtgB) além da parceria tecnológica estratégica a Petrobrás aponta vários benefícios no negócio, como o reforço na imagem e na reputação da empresa, retorno mercadológico e financeiro, e subsídios para soluções tecnológicas voltadas para outros negócios. Ainda na reportagem, cita-se que dados da empresa de análise e consultoria Nielsen Sports, apontam que a categoria tem 460 milhões de fãs espalhados por mais de 200 países e uma audiência acumulada de 1,8 bilhão de pessoas por ano. Só no Brasil, a audiência média é de 6,4 milhões de telespectadores por corrida.

Não é a primeira vez que a Petrobrás figura na principal categoria do automobilismo mundial. A empresa foi parceira da Williams por duas vezes: a primeira, entre 1998 e 2008, com o desenvolvimento e fornecimento de gasolina e óleo de câmbio; e a segunda, entre 2014 e 2016, com o desenvolvimento de gasolina e óleo de motor, e o fornecimento de óleo de câmbio.

(Versão do impresso Boletim 60 do Sindipetro-RJ)

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