Petrobrás inova com catraca no banheiro

De mansinho, a Petrobrás vai aos poucos aproveitando as brechas da reforma trabalhista para atacar o que parece ser seu maior inimigo: a força de trabalho. Contrariando tudo o que alardeou durante as negociações do acordo coletivo, quando dizia que não aplicaria a reforma trabalhista a seus empregados, a mais nova investida contra os trabalhadores é a instalação de catracas nos vestiários, que agora só são acessíveis passando o crachá.

Os vestiários são utilizados por pessoas que chegam de bicicleta ou mesmo a pé.

E ao invés de estimular este meio de transporte – para ser coerente com sua dita política de estimular ações em defesa do meio ambiente, diminuindo a quantidade de dióxido de carbono “emitida” pelo trabalhador no momento de deslocamento para a empresa – cria uma política para desestimular seu uso.

Em visita ao Edifício Senado, onde o Sindipetro-RJ recebeu denúncias de instalação de catracas, trabalhadores relataram que os minutos passados nos vestiários ainda não estão sendo descontados do STIF, mas logo começarão a ser.

Ir para o trabalho de bicicleta em uma cidade como o Rio e Janeiro, com altas temperaturas, implica necessariamente na necessidade de um banho ao chegar à empresa. É um direito, não uma regalia.

Além disso, algumas pessoas usam tais vestiários apenas como banheiro, o que neste caso fere a legislação, pois o tempo gasto pelo empregado no banheiro não pode ser descontado. Trata-se de uma medida mesquinha. O que a Petrobrás pretende agora? Instalar controle de acesso aos outros banheiros e refeitórios? Não espanta o fato de a empresa estar fugindo da realização de novas pesquisas de ambiência.

(Versão do impresso Boletim 61 do Sindipetro-RJ)

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