Em apenas 11 dias, o Terminal Baia de Ilha Grande (TEBIG) registrou dois acidentes com trabalhadores, com lesões. Na noite da última terça (27), o técnico de operações – Dicler Camargo caiu da escada a contrabordo do navio e teve sérias contusões, tendo sido atendido no o Hospital Geral da Japuíba.
O técnico já foi transferido para Hospital Vita em Volta Redonda, onde se encontra em situação está- vel e acompanhado por seus familiares. Dicler foi socorrido por uma ambulância da SAMU. O Plano de Contingenciamento do terminal não prevê ambulância no local para esse tipo de acidente.
Segundo Sergio Paes, diretor do Sindipetro-RJ, ainda esta semana começará a funcionar a comissão de investigação do acidente, e o Sindipetro-RJ envidará todos os esforços para que a comissão levante todos os pontos necessários para que esse tipo de operação (Ship to Ship) seja realizada com o máximo de segurança possível.
O Ship to Ship é um atracamento entre navios, fundeados ao largo ou amarrados entre si no píer do terminal. O procedimento tem por objetivo reduzir os custos no transporte.
Acidente com terceirizado
Outro acidente também aconteceu no último dia 16 de março, desta vez com um trabalhador terceirizado, quando era realizada uma obra de limpeza e recuperação de tanques de armazenamento de petróleo, serviço que é da responsabilidade de um setor externo ao terminal. O Sindipetro-RJ, através do diretor Nilson Miranda, participa da comissão que investiga as causas do acidente, não tendo sido emitido até o momento nenhum laudo conclusivo.
“A conclusão das investigações ainda não está oficialmente encerrada, mas estamos trabalhando para cobrar da Transpetro explicações e que ela assuma sua responsabilidade para apurar às responsabilidades. Sabemos que convivemos com uma política de rebaixamento de salários e precarização das condições de trabalho dos contratados, e está na hora da empresa reconhecer isso” – cobra Nilson.
O Sindipetro-RJ presta apoio a esses dois trabalhadores, exigindo apuração imediata destes acidentes e, claro, questiona a inconsistência de procedimentos claramente estabelecidos. Vamos acompanhar as investigações de forma rigorosa, solicitando informações detalhadas sobre o ocorrido, bem como o acompanhamento das operações seguintes, com o objetivo de avaliar as condições de risco e assim evitar outro acidente.
(Versão do impresso Boletim 63 do Sindipetro-RJ)