Você está ciente da situação de seu colega nas plataformas, terminais, usinas, refinarias e nos turnos dos prédios administrativos?
As denúncias não param de chegar:
falta de álcool gel e máscaras; monitoramento ineficiente e testagem inexistente; impossibilidade de manter o distanciamento necessário em suas atividades, nos camarotes e refeitórios; operadores e inspetores de segurança obrigados a voltar pra casa dirigindo depois de 12 horas de trabalho (ou utilizar transporte público lotado); aglomerações em atividades absolutamente desnecessárias de trabalhadores próprios e terceirizados; assédio e desimplantes; demissões em massa de terceirizados e no setor privado.
O protocolo da OMI (Organização Marítima Internacional), órgão ligado a ONU, alerta para o ambiente propício para a disseminação do vírus em navios. Dezenas de trabalhadores contaminados ou sob forte suspeita têm sido desembarcados e mandados para casa ou para hotéis sem condições adequadas.
Neste contexto, em meio à pandemia, através de chantagem financeira, a imoral gestão da Petrobrás quer mais uma vez enfiar uma cunha entre os trabalhadores do administrativo e do operacional. Atacam com mais virulência aqueles que, com sua mobilização e tradição de greve, têm sido a linha de frente na defesa dos direitos e salários de toda a categoria.
O desimplante de milhares de trabalhadores do operacional (com perdas que podem ultrapassar os 50%) e o sequestro de 25% do salário dos trabalhadores do administrativo não vai ajudar a combater a COVID-19 ou melhorar a situação econômica da população mais atingida. É um valor irrisório perto dos bilhões destinados ao PPP e ao recém lançado PAI, do lucro de US$ 40 bi, do enriquecimento da alta administração e acionistas. É, antes de mais nada, uma medida “disciplinadora” do capital.
Rejeitar a necropolítica de Castellovírus e mostrar a unidade e força de toda a categoria
É hora de apoiar os petroleiros e petroleiras que cruzam o país arriscando suas vidas para que a Petrobrás possa ajudar a toda a população. Mas para isso a sociedade precisa apoiar – contra esta gestão que será responsabilizada pela disseminação do vírus por todo o país – a mobilização dos trabalhadores, o direito de recusa, a possibilidade de uma iminente greve sanitária.
A direção da Petrobrás mente ao tentar passar a impressão que está negociando com os sindicatos. Reuniões com os sindicatos são monólogos e ouvidos moucos às nossas considerações, restritas em horário e participação, informativos de ataques já perpetrados e que tomamos conhecimento nas reuniões de gerência e até pela imprensa.
Não há nenhum acordo com as medidas unilaterais impostas ilegalmente pelos gestores do RH/EOR!!
O Sindipetro-RJ e a FNP estão apostando em diversas iniciativas políticas, jurídicas e de mobilização da categoria, dentro das dificuldades atuais, além do diálogo com a sociedade e o apoio às comunidades com menor infraestrutura e onde predomina o trabalho informal.
Temos realizado setoriais por videoconferência (fique ligado no calendário desta semana!) e discutido para que forma de mobilização podemos avançar concretamente, porque não podemos cair nesta armadilha de baixar a guarda por causa da pandemia, enquanto o inimigo se aproveita maquiavelicamente da mesma..
Versão do impresso Boletim 208