Vamos citar apenas um exemplo: em 20/05, na Gerência de Búzios, 72 terceirizados inalaram gás e vapor em acidente. Mas, apesar da obrigatoriedade do envio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), a notificação foi enviada quase cinco meses depois, retardando a necessária ação sindical.
Intervenções descabidas
Além da injustificada demora em emitir CATs, outra questão sobre os acidentes é a adoção de práticas ruins nas comissões de investigação de acidentes.
Na Gerência de Búzios, por exemplo, está acontecendo a recorrente apresentação prévia – uma reunião com todo o corpo gerencial e a Comissão de Investigação antes da conclusão e apresentação do relatório, o que nada mais é do que uma intervenção no trabalho da Comissão.
Ora, é óbvio que essas reuniões prévias ferem a autonomia da Comissão de Investigação! E isso não pode acontecer!
Além disso, essa prática não consta em qualquer padrão corporativo.
Troca forçada de papéis
Outro erro que está em prática é a atribuição da definição de responsáveis e de prazos de execução de recomendações à Comissão de Investigação.
O Sindipetro-RJ defende que a Comissão deve apresentar as ações corretivas e preventivas, mas é papel da empresa definir os responsáveis e prazos. A inversão de papéis inibe a recomendação de ações que de fato ataquem as causas raízes, deixando a Comissão sem condições de decidir sobre ações que precisam de projetos de engenharia, parada de manutenção, etc. Ou seja, o relatório da Comissão de Investigação deve servir de insumo para a RTA e na RTA a gestão deverá definir responsáveis e prazos.
Alô, Petrobrás: assim não dá!