Tal como o Sindipetro-RJ alertou em assembleias, a direção da Petrobrás enviou às federações nesta segunda-feira (26) um documento informando que ingressará com pedido de mediação junto ao TST. Comprovando assim que a unidade da categoria é maior que o terrorismo da empresa.
Isso mostra que a categoria forçou a direção recuar. Mas pode ser que essa mediação possa servir para a direção da empresa ganhar mais tempo, engabelando o próprio TST e as federações, para dar continuidade ao seu pacote de maldades que incluem, sobretudo, a privatização e ataques à categoria.
Podemos e devemos comemorar nossas vitórias! O resultado das assembleias por todo Brasil está sendo fundamental para fortalecer a luta. Mas não podemos achar que o objetivo do governo e do RH, agora, é melhorar a proposta ou fechar um bom acordo.
Eles abusaram na prática do assédio – com ameaça de retirada de funções gratificadas e cargos de confiança – supervisores, coordenadores e gerentes foram forçados a comparecer em assembleias para votarem a favor da proposta da direção da Petrobrás, “solicitando cordialmente” que os seus subordinados fizessem o mesmo.
Temos que aproveitar sim todas as oportunidades de negociação, mas sabendo que vão querer transformar a mediação em um obstáculo para a mobilização, um simples expediente para ganhar tempo, para desarmar a categoria, nos levar a um infinito compasso de espera, com o assédio aumentando, se preparando para tornar real o terrorismo da CLT e do Acordo Individual, vendendo as oito refinarias, desmontando o resto da empresa, demitindo em massa e, quando estivermos em piores condições para o enfrentamento, darem o golpe de misericórdia com um ACT “na lona”, mas para garantir a estabilidade que os futuros compradores almejam.
Até mesmo no comunicado sobre o pedido de mediação, a empresa reafirma que já fez seu “esforço máximo de negociação”. Ou seja, para eles, a mediação é nossa submissão. Será que eles se acham tão espertos assim para querer enganar os petroleiros, o judiciário e toda a sociedade?
Confira nossa resposta para o pedido de mediação da Petrobrás ao TST em http://bit.ly/RespostaMediação
Luta Unificada
É preciso que a categoria esteja conectada com toda a sociedade, com as centrais sindicais e movimentos sociais para enfrentar todos os planos do governo e dos verdadeiros detentores do poder – os mesmos, aliás, que impunemente queimam a Amazônia e escondem vazamentos de óleo, enquanto aprovam a Reforma da Previdência, Trabalhista e até a irônica lei da “liberdade” econômica.
Nossa greve petroleira deve estar ligada às demais categorias das estatais, por isso é necessário um calendário unificado com os trabalhadores dos Correios, Eletrobrás, Casa da Moeda, etc.
O fato é que em nenhum momento das negociações, a direção ultraneoliberal da companhia abriu mão de uma proposta de ACT que rebaixa salários e retira direitos importantes da categoria, oferecendo um vergonhoso índice que apura somente parte da inflação do período, não repondo as perdas.
Assembleias no Rio – continuam até esta semana nas bases operacionais de acordo com as tabelas de embarque.
Para uma mediação justa é necessário que…
Nesta quinta-feira (29) ocorre uma audiência no TST entre as representações sindicais dos petroleiros e a Petrobrás para tratar a mediação. Acreditamos que algumas condições seriam importantes para esta mediação como: Não praticar através de seus gerentes, supervisores, coordenadores, ou, ainda, permitir, em futuras assembleias, qualquer tipo de assédio ou constrangimento aos empregados; a fixação de um curto prazo, alguns dias, para a conclusão deste processo – caso contrário, fica clara a intenção unicamente de postergação; não subentender a mediação como mútuo consentimento para dissídio; prorrogação de todas as cláusulas do acordo vigente; nenhuma venda de ativos; nenhuma demissão; suspensão do PED; nenhuma punição e reversão das que houve; nenhuma transferência unilateral; não abrir possibilidade de Acordo Individual e abrir mão de processos anteriores (multa da greve de 2017).
Já na sexta (30) e sábado (31), no Rio de Janeiro, as executivas da FNP e da FUP realizam um seminário de greve conjunto para discutir estratégias de enfrentamento ao quadro imposto pela empresa.
Versão do impresso Boletim CXXXVI