Em Volta Redonda (RJ), sindicato pelego põe proposta da empresa em votação secreta, mas Oposição sindical está na luta; em Congonhas, Metabase enfrenta interdito proibitório da CSN
Durante a pandemia, quando os trabalhadores sofreram a perda de entes queridos e o aumento da exploração na Usina, a CSN cresceu seu patrimônio em 217% e o lucro de todas as unidades no país bateu recorde com R$ 13,6 bi em 2021! Mas, agora no Acordo Coletivo, data base em 1º de maio, está oferecendo míseros 8,1% de reajuste aos empregados com salário de até R$ 3.000,00 e aos que recebem acima de R$ 3.000,00, apenas 5%.
Há dois anos sem reajuste salarial, os metalúrgicos reivindicam reposição de 30%, aumento da PLR, a volta do plano de saúde, aumento do vale-alimentação para R$ 800, bônus extra no Natal, equiparação salarial, implementação de plano de cargos e salários, estabilidade no emprego e pagamento dos dias parados.
Em Volta Redonda, os trabalhadores organizaram-se de forma autônoma e fizeram assembleia na quinta (07). A empresa chegou a proibir – como nos tempos da ditadura – a reunião na porta da empresa, mas eles juntaram-se dentro da empresa, fizeram a assembleia e decidiram entregar pauta de reivindicações em passeata no final da tarde na sede do Sindicato. Houve paralisação espontânea de cerca de 50 operadores do setor de manutenção da Usina que encerrou o turno às 15h.
Sindicato traíra vota proposta do patrão
Durante todo o percurso da passeata, a palavra de ordem foi “não vai ter votação”. É que o Sindicato não mobilizou a categoria e marcou para esta sexta (08) a votação (por voto secreto!) da proposta apresentada pela empresa. A orientação da Oposição é de votar “Não”. A Polícia Militar está no local. A votação terminará às 18h.
Entendendo a importância da unificação das lutas dos trabalhadores, petroleiros e caminhoneiros estão apoiando a luta dos metalúrgicos. O Sindipetro-RJ participou da passeata e apoia a mobilização organizada pela Oposição sindical.
CSN tenta criminalizar a greve em Congonhas
Liderada pelo Metabase Inconfidentes, a greve em Congonhas começou em 31/03 e segue firme e forte. Na tentativa de criminalizar o movimento, a CSN está usando medida judicial (interdito proibitório) que impõe restrições às ações do Sindicato:
a) invadir as dependências da empresa ou quaisquer de suas instalações;
b) obstruir vias públicas e/ou privadas de acesso à planta industrial, bem como portões de entrada e saída dos locais de trabalho;
c) parar ou dificultar o acesso de ônibus e veículos particulares utilizados pelos empregados;
d) impedir o livre acesso de empregados que não quiserem aderir à paralisação, bem como de clientes e prestadores de serviços às dependências, sendo vedado a utilização de meios de intimidação, hostilização e constrangimento.
No entanto, o Juiz entendeu que o trabalhador não pode ser impedido da livre manifestação pacífica, inclusive dentro da empresa, de modo que afixação de cartazes, entrega de panfletos e manifestações verbais continuam permitidos.
Segundo Rafael Ávila, presidente do Metabase Inconfidentes, “a CSN parte mais uma vez para a truculência e autoritarismo tentando desmoralizar o Sindicato e derrotar os trabalhadores”. Nesta sexta (08), a direção do Sindicato está reunida com trabalhadores da base e apoiadores para planejar as próximas ações dessa luta.
Essa paralisação dos metalúrgicos junta-se a outras que acontecem pelo Brasil, como a dos garis no Rio de Janeiro e petroleiros terceirizados no GASLUB. Petroleiros, somente com a luta será possível obter conquistas no ACT!
Vídeo da FNP em apoio aos trabalhadores da CSN