AMS: mobilização para frear o desmonte e custeio abusivo

Durante o XIV Congresso da FNP representantes da categoria analisaram os entraves e os desafios no plano de saúde dos petroleiros

 

O convênio médico da categoria petroleira foi destaque no último painel da manhã desta sexta-feira (07/07), no XIV Congresso da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). O secretário-geral da FNP e diretor do Sindipetro-LP, Adaedson Costa, e o diretor do Sindipetro-RJ e da FNP, Vinícius Camargo, debateram AMS, que tem sido um dos grandes vilões do orçamento da categoria petroleira.

“A estratégia dos trabalhadores esse ano é a seguinte: o que conseguirmos no ACT, ali só nas reuniões, é ótimo. Depois, é a nossa luta na mobilização para avançarmos mais. Esse é o ano! Tudo vai depender do nosso poder de mobilização”, afirmou Adaedson abrindo o debate sobre o tema.

Nos últimos anos, ativos, aposentados e pensionistas têm sido obrigados a custear uma maior participação financeira no plano de saúde e, como contrapartida, tem amargado queda na qualidade dos serviços e aumento vertiginoso no descredenciamento de profissionais.

O aumento na tabela remuneração “X” idade de grande risco tem acertado em cheio o bolso dos petroleiros ativos e aposentados. Adaedson destacou também que um dos maiores golpes cometidos pelas últimas gestões da empresa foi o reajuste no grande risco pautado no índice de VCMH, mas que os aumentos nos benefícios e salários, quando concedidos, são pareados pelo IPCA ou INPC, bem abaixo do VCMH, que gira em torno de 25%.

O sindicalista destacou os principais pontos para a retomada de um convênio digno para a categoria. Dentre eles, retorno à gestão do plano de saúde por RH e a dissolução da associação, maior participação da empresa no custeio do plano de saúde, participação dos trabalhadores(as) na gestão do plano de saúde, fim dos aumentos extraordinários do custeio do plano de saúde, plano de saúde como direito irretratável e irrevogável a todos(as) aposentados, pensionistas e ativos.

Já Vinicius Camargo falou sobre a AMS e destacou relação de custeio 70/30, que em 2017 era uma referência para o reajuste anual do plano e no ACT do mesmo ano transformou a relação 70/30 em meta global de custeio do plano, instituiu uma cobrança adicional sobre o 13º salário, promoveu um aumento desproporcional ao reajuste dos salários e introduziu a ideia de déficit no plano.

“Todo discurso que a gente ouviu anteriormente a 2017, falando que havia um déficit da AMS para confundir com o déficit da Petros, era falso porque não estava contratada que a gente ia pagar 70/30, que era uma referência para definição do reajuste do convênio. Ainda existia também uma referência do limite do nosso reajuste salarial, por isso não víamos um “descasamento” entre o reajuste da AMS e o confisco dos nossos salários, seja dos aposentados ou da ativa”, destaca o dirigente do Rio de Janeiro.

Nesse mesmo período, houve a descaracterização do Grande Risco (GR) como seguro individual e coletivo, pois os custos de grande risco retornam contra a coletividade na proporção do custeio. No caso do pequeno risco (PR) também, descaracterizando as alíquotas menores.

Ele também destacou que a categoria tentou barrar esse ataque tentando fazer uma greve.  Em 2021, a situação ficou pior ainda porque houve um reajuste absurdo da AMS e ainda outros descontos abusivos, que acumulados ao longo de um período gigantesco, até por culpa da própria gestão, com um reajuste brutal e descontos abusivos, absurdos e ilegais.

Vinicius falou do ataque aos trabalhadores no direito ao plano de saúde na aposentadoria. “Essa é a empresa que a gente tá vivendo”, lamenta. “A companhia precariza a aposentadoria dos ativos para futuramente retirar isso. O governo Bolsonaro não resolveu nenhum problema com a questão Petros, considerando salários dos trabalhadores da ativa e aposentados. Havia um contrato de referência que tratava de padrão na contribuição do plano de saúde e foi modificado do dia para a noite, e isso impactou toda a categoria, só que mais duramente os aposentados”, denuncia.

“Petros e AMS são duas pastas com mais dificuldade de avanço, porque exigem maior participação empresa e isso significa retirar dinheiro dos acionistas”, endossou o secretário geral. Diante desse quadro alarmante a organização da categoria será de suma importância para avançar em melhorias. “Os aposentados serão de suma importância para pôr essa massa em movimento”, finaliza Adaedson.

 

 

 

 

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