Por conta de sucessivos casos de intoxicação, inclusive através do sistema de ar-condicionado, a conexão de plataformas UMS (Unidade de Manutenção e Segurança) em plataformas no campo está suspensa. A Petrobrás está obrigada a apresentar um plano a ANP para solução da questão
O Sindipetro-RJ entende que a situação chegou a um grau de insustentabilidade devido às inúmeras ocorrências registradas em CATs.
Há dias que o sindicato recebe 5 ou 6 CATs seguidas referentes a trabalhadores das UMS que se sentiram mal devido a exposição aos gases. Só em fevereiro de 2024 isso ocorreu duas vezes. O problema foi apresentado aos representantes da Petrobrás, com as Cipas das plataformas sendo pautadas, mas até o momento não houve solução.
Confira os termos da notificação emitida nesta segunda-feira (04/03):
“Considerando o disposto neste Documento de Fiscalização, fica interditada a conexão de qualquer UMS com as unidades do campo de Búzios. Considerando-se a similaridade das condições metaoceanográficas não poderá haver conexão de nenhuma UMS com qualquer UEP do campo (P-74, P-75, P-76, P-77 e FPSO Almirante Barroso)” – diz o trecho do documento emitido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
A ANP, na mesma notificação exige que: “Adicionalmente, para o retorno da operação das unidades de Búzios conectadas a qualquer UMS fica a Petrobras NOTIFICADA a:
5.1 – Demonstrar gestão de risco robusta com ações eficazes e contundentes para impedir que trabalhadores sejam expostos a gases nocivos a saúde e sofram dano á saúde – ainda que momentaneamente – (oriundos de operações de vent de tanques de carga, slop vessel etc)
5.2 – Evidenciar a implementação da R02 da ANP para o acidente do FPSO Cidade de São Mateus;
5.3 – Evidenciar a implementação das recomendações (R31 e R32) contidas no CT-LMS-OMD-SPPO-002-0/2017”.
A inércia da Petrobrás na busca de uma solução estrutural para o problema das UMS e a garantia dos empregos dos terceirizados são motivos de preocupação do Sindicato.
É vergonhoso que a Petrobrás tenha convivido tanto tempo com esse problema sem buscar uma solução estrutural. Enquanto ocorrer a adequação das unidades às condições estipuladas da ANP, não pode haver qualquer demissão da força de trabalho terceirizada.
Imagem da P-77 / Petrobrás