Petroleiros do TEBIG estão indo trabalhar de barco a motor fornecido pela empresa
Infelizmente, houve pelo menos 15 vítimas fatais durante as chuvas de quinta (31/03) e sexta (01/04) que deixaram principalmente Ubatuba (litoral norte de São Paulo) e Paraty, Mangaratiba e Angra dos Reis (no RJ) arrasadas. O Sindipetro-RJ presta solidariedade aos familiares. Ainda há desaparecidos. O volume de chuva foi o dobro do registrado recentemente em Petrópolis, causando estado de emergência.
Caos em Angra dos Reis
Há trabalhadores do Terminal da Baía da Ilha Grande (TEBIG), terceirizados, que perderam familiares, moradia e precisam de ajuda urgente. Até o momento, soubemos que um petroleiro aposentado também perdeu familiares. Durante o temporal, as 20 sirenes instaladas em área de risco foram acionadas, mas muitos não conseguiram sair a tempo.
Até a postagem dessa matéria, os petroleiros estavam indo trabalhar por meio de barco a motor que está sendo fornecido pela empresa. A vila de casas da Petrobrás chegou a ficar completamente alagada.
A reunião mensal de aposentados do Sindipetro-RJ foi adiada devido à falta de condições de participação dos aposentados que moram na cidade . O sindicato divulgará a nova data brevemente.
O diretor do Sindipetro-RJ, Sérgio Paes, que mora em Angra dos Reis há 37 anos, praticamente desde que foi trabalhar na Petrobrás, conta que, durante estes anos, esta foi a terceira vez que as chuvas causam tanto estrago. Paes preocupa-se principalmente com a usina nuclear. O prefeito de Angra dos Reis solicitou o desligamento da usina, que possui plano de evacuação dos moradores dependente da estrada, ou seja, nessa época de chuvas o plano é inviável.
Nos bairros de Angra dos Reis, houve queda de pontes deixando os moradores ainda mais isolados. Os mais atingidos no continente foram Monsuaba, Parque Mambucaba e Retiro. Houve queda de árvores em ruas e fios de alta tensão e no Morro do Abel uma delas caiu sobre uma escola municipal, sem deixar feridos. As aulas na rede pública municipal estão suspensas.
A ilha Grande, notável por receber turistas o ano inteiro, ficou isolada sem energia elétrica, internet e telefonia. Angra dos Reis ficou com esses serviços instáveis até segunda (04). Pelo menos quatro praias da Ilha sumiram do mapa devido a deslizamentos como por exemplo a da Itaguaçu. Aventureiro, uma das mais visitadas, ainda está sob risco de sofrer deslizamentos.
Somente na terça (05), o trânsito de veículos entre o Rio de Janeiro e Angra dos Reis foi restabelecido na BR-116. Para São Paulo, onde os 270 quilômetros da BR-101 sofreram pelo menos 40 obstruções. Apesar do grupo CCR ter ganho a concessão dos 625,8km das rodovias, afirmando que levaria “desenvolvimento para a região”, na hora dessa calamidade na Costa Verde precisou de recursos e reforços públicos com militares, retroescavadeiras, tratores e caminhões do 4º Batalhão de Engenharia de Combate, de Itajubá, em Minas Gerais, que montaram acampamento no Estádio Municipal Jair Toscano, no bairro Balneário. Agora, a previsão é de que o tráfego será totalmente liberado a partir da próxima quinta (07).