Autoridade monetária reconheceu que estava divulgando dados incorretos sobre entrada e saída de recursos do país desde outubro de 2021. Diferença é de mais de R$ 60 bilhões
O Banco Central (BC) anunciou na quinta-feira (26/01) que suas estatísticas sobre o fluxo cambial da economia brasileira foram divulgadas com dados errados entre outubro de 2021 a dezembro de 2022. O fluxo cambial mede os dólares que entram e saem do país em operações de comércio exterior, investimentos ou mesmo para compra e venda de reservas.
“Lambança” lembra caso Americanas
Após a constatação do erro, o BC revisou sua série histórica sobre o indicador. Na revisão foi constatado que o saldo positivo de dólares, na verdade, não existia. No ano passado, em realidade houve saída líquida de recursos do país. Mais dólares saíram do que entraram na economia nacional.
Devido à magnitude, a “lambança” chegou a ser comparada às “inconsistências contábeis” do caso Americanas. Da mesma forma que a falha contábil da empresa de Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles, o resultado do BC também apresentava um panorama mais favorável do que ocorreu e ocorria na realidade.
Erro de R$ 60 bilhões
O erro registrado pelo BC é de mais de US$ 12 bilhões, cerca de R$ 60 bilhões.
Antes da correção, o órgão informava um saldo positivo (entrada de dólares – saúda de dólares) de US$ 9,5 bilhões para o país, em 2022. Isso dava a impressão, em pleno ano eleitoral, de que mais estrangeiros confiavam na economia nacional e estavam trazendo dinheiro para cá.
Após a revisão dos dados, o BC verificou um saldo negativo de fluxo de moedas estrangeiras de US$ 3,2 bilhões. Ou seja, um cenário oposto, com mais pessoas e empresas tirando recursos do país do que colocando.
Segundo o BC, por uma falha na apuração dos dados, acabaram sendo desconsideradas algumas operações de importação, na qual uma empresa ou pessoa brasileira envia dólares para fora para comprar um produto.
Em 2022, US$ 250 bilhões foram enviados ao exterior em importações, segundo dados já revisados. Até a detecção da falha, o BC informava US$ 238 bilhões em importações.
O mesmo erro de apuração de dados também ocorreu em 2021, mas só a partir de outubro. Por conta disso, o impacto nas contas de fluxo foi menor –US$ 1,7 bilhão.
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