Benefícios corporativos que seduzem e parcerias mal explicadas

A gestão de Roberto Castello Branco na Petrobrás pelo jeito adotou a cultura do Beneficio Corporativo na empresa, transformando as dependências da empresa. Na área administrativa em prédios como EDISE e EDISEN, já são oferecidos serviços de restaurante, salão de beleza e loja de conveniência, operados pelo Restaurante Demi Glace, “3,2,1 Beauty” e Loja BR Mania, respectivamente.

O discurso é de facilitar a vida do empregado, criando assim mais condições de conforto dentro da ambiência do trabalho, valorizando o chamado capital humano da empresa, evitando deslocamento a outros locais fora do trabalho.

Mas será que este modelo ofertado não é uma forma de aculturamento do empregado ao ponto de fazê-lo sentir-se dentro de uma empresa privada, promovendo ainda mais o consumismo? E, além disso, não seria uma forma de cobrar “lealdade” do trabalhador, e fazer com que o mesmo abra mão de um comportamento de cobrança e questionador na defesa de seus direitos?

Restaurante em espaço “moleza”

Porém, um fato chama atenção na parceria dessas empresas com a Petrobrás que é a questão da transparência desses contratos, já que andares e espaços são cedidos, gerando gastos com energia e consumo de água, por exemplo. Segundo a direção da Petrobrás o Demi Glace, que funciona no 24º andar do EDISE, das 7h30 ás 10h30 e das 15h ás 19h, possui um contrato de comodato com a empresa. Vale lembrar que neste modelo de contrato não existe o pagamento pelo uso do bem imóvel cedido, ou seja, a Petrobrás não recebe nada, nenhum centavo, por cada refeição vendida no restaurante que custa cerca de R$45,90, no sistema de Buffet livre. Ao acessarmos o Portal da Transparência não se conseguir localizar o tal contrato.

 “Uber” da estética

Já a “3,2,1 Beauty” oferece seus serviços de estética, inaugurado nesta segunda (2) no 25º andar do EDISE. A empresa é considerada uma start up da beleza, atuando com foco no atendimento a grandes empresas. Segundo informado em seu site é realizado um recrutamento de profissionais que trabalham por comissionamento, sendo os mesmos responsáveis pelo equipamento de uso que vai atender o cliente. Na verdade, um modelo de negócio que não oferece qualquer garantia trabalhista para quem trabalha, pois exige que o trabalhador ou trabalhadora seja MEI (Microempreendedor Individual). E se você perder aquele “bifinho” na hora de fazer a unha?

Loja de Conveniência

Já no EDISEN funciona uma unidade da BR Mania, a Loja de Conveniência da agora privatizada BR Distribuidora. A pergunta que fica é saber qual o tipo de contrato para utilização do espaço, que antes era uma biblioteca, na sede do Edifício Senado.

Será que essas “facilidades” ofertadas seduzem corações e mentes na Petrobrás? E os contratos, como podem ser acessados? Transparência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

 

 

 

 

 

 

Destaques