Terceirizados que trabalham no manuseio de solventes e resíduos de petróleo estão sendo orientados por empresa contratada a usarem roupa comum no exercício de suas funções, expondo os mesmos ao risco de contaminação
A empresa Luso, que é fornecedora de mão de obra dos auxiliares de apoio, “liberou” o uso de calças jeans para os seus trabalhadores que prestam serviços no CENPES, mas o problema é que essa roupa não é fornecida pela empresa, sendo indicado que os trabalhadores usem suas próprias roupas!
Os auxiliares de apoio trabalham na lavagem de material de laboratórios, com utilização de solventes diversos, além de manusearem vidrarias sujas com resíduos de petróleos aquecidos.
Eles utilizam jalecos, luvas, óculos, máscaras e “calça jeans”. É sabido que cada tipo de jeans possui especificações diferentes, alguns com elastanos de baixa gramatura. Assim, os solventes podem permear pelo tecido e, até mesmo, reagirem com o material sintético da composição do Jeans, podendo causar queimaduras por temperatura.
Isso está ocorrendo desde a 2ª quinzena de dezembro com todos os funcionários da empresa Luso, que além de colocar em risco a saúde dos seus trabalhadores, não arca com despesas para fornecer a calça jeans e nem a calça correta para o uso.
O que dizem as normas
Cabe lembrar que o Padrão CENPES, ativo, PE-2P&D-03262 VERSÃO 0 do Item 3.5, que menciona os EPI’s (Equipamentos de proteção individual), no subitem 3, indica o uso do uniforme de forma obrigatória: calças e camisas de algodão com mangas compridas, ou macacão.
Isso é também é indicado na norma ABNT NBR 14725, relativa às instruções para a elaboração da FDS – Ficha com Dados de Segurança, na seção 8, do documento, em que são descritos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que devem ser utilizados para proteção da pele como: Macacão hidrorrepelente com mangas compridas passando por cima do punho das luvas e as pernas das calças por cima das botas, botas de borracha, avental impermeável e touca árabe, luvas de proteção contra produtos químicos.
Desta forma, a Luso está indo contra as normas indicadas oficialmente pelo próprio CENPES e da ABNT NBR 14725. O Sindipetro-RJ cobra a fiscalização dos contratos e procedimentos adotados pelas empresas terceirizadas do CENPES, com auditorias de SMS e da CIPA, para a solução desse tipo de problema, que em tese e por norma não deveria existir.